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Por que J.K. Rowling não participou do especial de 20 anos de Harry Potter?

JK Rowling não participa do especial de Harry Potter - Dia Dipasupil/Getty Images
JK Rowling não participa do especial de Harry Potter Imagem: Dia Dipasupil/Getty Images

Fernanda Talarico

De Splash, em São Paulo

01/01/2022 04h00

"Harry Potter - De Volta a Hogwarts" já está disponível na HBO Max e um fato chamou a atenção dos fãs: a ausência de J.K. Rowling, autora dos sete livros que deram origem aos filmes. A criadora do mundo do jovem bruxo não participou da reunião que contou com o elenco, diretores e produtores da franquia.

A falta de Rowling no especial de comemoração de 20 anos da saga é notada principalmente por causa das acusações de transfobia que a autora vem recebendo. A participação da criadora aconteceu apenas por imagens de uma entrevista feita em 2019, gravada no Warner Bros. Studio Tour, em Londres. Portanto, em nenhum momento ela aparece interagindo ou junto com a equipe e atores.

Em suas poucas aparições em "Harry Potter - De Volta a Hogwarts", Rowling comenta sobre a escolha de Daniel Radcliffe para o papel principal, além de falar de como se sentiu ao entrar ver que sua obra literária estava se tornando um filme.

Segundo informações da EW, J.K. Rowling chegou a receber um convite para participar do especial, mas a sua própria equipe achou melhor usar as imagens de arquivo. Fontes próximas ao veículo reportaram que os comentários de cunho transfóbicos não tiveram influência na decisão.

Polêmicas

Em 2020, "Troubled Blood", um dos livros de Rowling fora do mundo de Harry Potter, conta a história de um homem cisgênero que se veste de mulher para enganá-las. Ao receber as críticas, a escritora tentou se defender e alegou ter se baseado nos assassinos Jerry Brudos e Russell Williams, que roubavam as roupas feminina de suas vítimas. A tentativa de mostrar o próprio lado não deu muito certo e, pouco tempo depois que a sinopse foi divulgada, a hashtag #RIPJKRowling era uma das mais comentadas no Twitter.

Ainda no ano passado, ela criou polêmica quando escreveu em seu Twitter sobre um artigo que usava a expressão "pessoas que menstruam". A escritora zombou por não usar a palavra "mulheres".

Após receber diversos ataques por conta da publicação, ela se explicou: "Eu conheço e amo pessoas trans", e disse que "tem empatia por pessoas trans há décadas", mas também critica fortemente o uso de hormônios e cirurgia em jovens ("muitos, inclusive eu, acreditam que estamos assistindo a um novo tipo de terapia de conversão para jovens gays, que estão sendo colocados em um caminho vitalício de medicação que pode resultar na perda de sua fertilidade e/ou função sexual plena").

Recentemente, a autora disse que recebe ameaças morte de ativistas transgêneros que a acusam de transfobia.

Last Friday, my family?s address was posted on Twitter by three activist actors who took pictures of themselves in front of our house, carefully positioning themselves to ensure that our address was visible. 1/8

? J.K. Rowling (@jk_rowling) November 22, 2021

Na publicação, Rowling diz que recebeu tantas ameaças que "poderia colocá-las de papel de parede". Segundo foi reportado, o endereço da autora foi exposto.

Mas os desconfortos causados por J.K. Rowling não param por aí e também envolvem a escolha de Johnny Depp para viver Gellert Grindelwald em "Animais Fantásticos e Onde Habitam", filmes derivados da série original. Ele tinha acabado de ser acusado pela ex-mulher, Amber Heard, de violência doméstica. Depois de dois filmes, ele foi demitido da produção, e Mads Mikkelsen foi anunciado no personagem.