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Fãs acampam em Goiânia para se despedir em velório de Marília Mendonça

Nomeada como rainha da sofrência, Marília Mendonça morreu aos 26 anos  - Reprodução/Instagram
Nomeada como rainha da sofrência, Marília Mendonça morreu aos 26 anos Imagem: Reprodução/Instagram

Lucas Pasin, em Goiânia

06/11/2021 06h29

Admiradores de Marília Mendonça, que morreu ontem em um acidente aéreo, já começam a se mobilizar no Ginásio Goiânia Arena para se despedir da cantora. O acidente, que matou 5 pessoas, incluindo a artista de 26 anos, ocorreu em Caratinga, em Minas Gerais, cidade a 309 km a leste de Belo Horizonte.

A atendente comercial Jessica Oliveira, de 30 anos, veio de Morrinhos e chegou 22h. "Ela foi uma pessoa que deu voz para nós, mulheres. Nas músicas dela são retratadas histórias que as mulheres não tinham coragem de contar. Muitas passaram a se identificar", afirma a fã, que foi uma das primeiras a chegar no local.

Jessica Oliveira  - Lucas Pasin - Lucas Pasin
Imagem: Lucas Pasin

Já o sushiman Enedelson Pontes da Conceição, de 29 anos, saiu de Brasília 3h da manhã, chegou 5h30 na rodoviária e veio direto para a Goiânia Arena. "Nem dormi! Vim direto para cá. Sempre segui Marília, fui em vários shows dela", conta ele, que escolhe a canção "Todo Mundo Vai Sofrer" como sua favorita.

Enedelson Pontes da Conceição - Lucas Pasin - Lucas Pasin
Imagem: Lucas Pasin

Ainda no local, diversos carros passam pelas ruas próximas ao ginásio com músicas de Marília no volume máximo. Alguns gritam: "Marília, te amo!". Um ônibus da dupla Henrique e Juliano já está no local e deve servir de suporte para trazer músicos e produtores do local.

A expectativa é que 100 mil pessoas que passem na Goiânia Arena para se despedir da artista. Subtenente da PM, Julio Negrão afirma que esse numero pode aumentar e chegar até 120, 125 mil.

"Ontem à noite a Polícia Militar fez uma reunião para preparar um esquema para garantir a proteção e organização. Teremos cavalaria presente, reforço policial e equipe especializada em grandes eventos. No [velório e enterro de] Cristiano Araújo imaginamos que seriam 20 mil pessoas e foi muito mais. Mas estamos preparados", diz.

Segundo os policiais militares que estão no local, a previsão é que o corpo da cantora chegue às 11h (de Brasília) para ser velado.

Carreira de sucesso e "sofrência"

Marília nasceu em Cristianópolis, em Goiás, e foi criada na capital do estado. Seu começo na música foi como compositora.

Entre os hits que ela escreveu antes da fama estão "Minha Herança" (João Neto & Frederico), "Muito Gelo, Pouco Whisky" (Wesley Safadão), "Até Você Voltar", "Cuida Bem Dela", "Flor e o Beija-Flor" (Henrique & Juliano), "Ser Humano ou um Anjo" (Matheus & Kauan), "Calma" (Jorge & Mateus) e "É Com Ela Que Eu Estou" (Cristiano Araújo).

Ela estreou como cantora em 2014 com um EP homônimo. O primeiro single foi "Impasse", com participação da dupla Henrique & Juliano. Já o álbum de estreia chegou em 2016, com "Marília Mendonça: Ao Vivo" — com os hits "Sentimento Louco" e "Infiel".

Marília ficou conhecida como a rainha da "sofrência" e um ícone do "feminejo" por falar em suas letras sobre amores perdidos e relacionamentos que não deram certo.

Em março de 2017, veio o segundo projeto completo, "Realidade", que contou com mais sucessos, como "Amante Não Tem Lar" e "De Quem É A Culpa". O DVD "Todos Os Cantos" saiu em 2019 e foi novamente um hit, chegando ao topo das listas no Brasil.

Um dos projetos mais recentes da cantora foi o "Patroas", com a dupla Maiara e Maraisa. A turnê foi anunciada em outubro deste ano e já tinha ingressos à venda para uma turnê em 2022. Durante a pandemia, a cantora bateu um recorde com uma live que registrou mais de 3,3 milhões de pessoas ao mesmo tempo e ainda ajudou a sertaneja a colocar 34 músicas no Top 200 do Spotify.

Marília Mendonça deixa um filho, Léo, que completará dois anos em dezembro, fruto do relacionamento com o cantor Murilo Huff.