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Nova novela traz Dom Pedro II heroico: 'Estamos carentes de um líder'

Em "Nos Tempos do Imperador", Dom Pedro II (Selton Mello) é mostrado através de suas virtudes - Divulgação/TV Globo/João Miguel Jr
Em 'Nos Tempos do Imperador', Dom Pedro II (Selton Mello) é mostrado através de suas virtudes Imagem: Divulgação/TV Globo/João Miguel Jr

Daniel Palomares

De Splash, em São Paulo

26/07/2021 18h06

Depois de quase 1 ano e meio em pandemia, a Globo enfim estreará uma novela inédita. "Nos Tempos do Imperador", de Thereza Falcão e Alessandro Marson, deveria ter estreado no início do ano passado, mas precisou ser adiada pelo avanço do coronavírus. Com grandes dificuldades e seguindo cada protocolo de segurança, a trama chega ao ar no dia 9 de agosto e foi apresentada em coletiva de imprensa na tarde de hoje.

A novela marca o retorno de Selton Mello às novelas após mais de 21 anos. O ator dará vida ao imperador Dom Pedro II que, na história, ganhará os contornos de um grande líder. "Ele era muito querido, foi eleito o maior brasileiro de todos os tempos com toda razão. A gente escolheu destacar a relação dele com ensino, cultura, patrocínio à ciência. Estamos carentes de um líder que pense no Brasil", pontua Thereza Falcão.

Eu também comecei criança e de alguma forma, me identifico com esse cara [D. Pedro I]. Admiro muito quem faz muita novela. É insano o trabalho. 30 cenas por dia. Isso é muito bom. É a minha escola, foi onde eu comecei. Estou voltando pra esse lugar. Me agrada bastante essa maratona.

Selton Mello

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Selton Mello viverá Dom Pedro II
Imagem: Paulo Belote/TV Globo

Retrato atual

Apesar de ser ambientada entre 1856 e 1870, a novela buscará tratar de temas ainda muito atuais como o racismo e a luta do povo negro. "A gente queria trazer personagens negros que não fossem escravizados como a gente costuma ver. Veremos personagens negros complexos, livres, fazendo sua procura pela abolição. A abolição não é resultado de uma canetada", conta Thereza Falcão.

Dani Ornellas e Rogério Brito vivem Cândida e Dom Olu, os reis da Pequena África, reduto de negros livres e que precisam de proteção numa sociedade que ainda não aboliu a escravidão.

"Minha mãe é professora de história e fazia questão de falar sobre líderes quilombolas que não estão nos livros. Por que eu não cresci ouvindo e lendo isso? Fazer a Cândida é a oportunidade de ficar perdida em meio a histórias que são minhas e não foram contadas a mim. Poder falar dela é dar voz a histórias que não estão nos livros", explica Dani. "Precisamos ter consciência de onde viemos para sabermos para onde vamos", completa Rogério.

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Tonico (Alexandre Nero) e Nélio (João Pedro Zappa)
Imagem: Paulo Belote/Globo

O grande vilão

Depois de duas reprises durante a pandemia, incluindo "Império" ainda em exibição, Alexandre Nero reaparece na telinha dando vida a Tonico, futuro candidato a deputado na Bahia e que representa o pior lado possível dos brasileiros.

O Tonico é um personagem ficcional, mas é assustadoramente real. Não tenho como defender de forma alguma. Ele é a personificação do mal. Não adianta olhar só pra fora, ele também está em cada um de nós. Nós fomos criados dessa forma. O país é racista, escravocrata. Ele fala coisas absurdas.

Alexandre Nero

A trama ainda conta com personagens históricos como a Condessa de Barral vivida por Mariana Ximenes e a Imperatriz Teresa Cristina, personagem de Letícia Sabatella. Completam o elenco nomes como Gabriela Medvedovski, Michel Gomes, José Dumont, Daphne Bozaski, Heslaine Vieira, entre outros.