Topo

Irmã de Pedro Dom diz que série 'Dom' não foi autorizada por sua mãe

Ane Cristina

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/07/2021 11h15Atualizada em 22/07/2021 14h15

Erika Grandinetti, irmã de Pedro Dom — criminoso que ficou conhecido como "bandido gato" no início dos anos 2000 e teve sua história contada na série "Dom" (Prime Video) —, disse que sua mãe não autorizou a produção e afirmou que seu pai era extremamente violento, bem diferente do que foi retratado na trama.

"A Mãe de Pedro Machado Lomba Neto, vem a público dizer que desde o início, por volta do ano 2006, não deu autorização, não concorda com a produção da série Dom", inicia Erika em seu desabafo.

Ela lamenta que a morte do seu irmão tenha se tornado um "produto pronto pra consumo".

Imagine que você tem uma ferida, do tamanho das suas costas. Seu ex marido diz: 'Olha vou ganhar dinheiro com as suas dores'... E chama mais homens, sozinho ele não iria conseguir, sabem? Que juntos arrancam a casca da sua ferida, e você sangra, de novo, toda sua dor, história de luta, e dói muito. Ou alguém acha que depois de ter seu filho morto, alguém em sã consciência, quer reviver as dores?

"Mas como tudo pode piorar, seu ex-marido roubou a história da sua vida e contou como se fosse dele. E os dois cúmplices dele aplaudem... Tanto faz, doa a quem doer", continua Erika.

A irmã de Pedro Dom diz então que não era seu pai quem cuidava do irmão — como retratado na série — e sim sua mãe.

"Grana e prestígio à custa do sofrimento da minha mãe. Sim, porque meu pai nunca internou meu irmão, ao contrário, tirava da internação fazendo cena. Os acessos de fúria eram horríveis, ele espancava nossos cachorros, por aí, e pra bem pior", afirma Erika.

Ahhhhh! Quem acorrentou o filho de desespero foi ela, quem subia até a boca de fumo era ela, quem internou foi ela, e tudo o mais. E ele sabia sim que o filho estava sequestrado, não deu um tostão. E no dia da morte do filho se apresentou pros holofotes dizendo ter uma ONG para ajudar drogados, que NUNCA existiu. Maquiavélico (...) Ou alguém acredita que alguém sobe o morro, chega na boca de fumo, armado, diz que é policial e não sai com um tiro no meio da testa?

"(...) História de dor, luta, decadência e morte de um filho que foi transformada em entretenimento, de onde ainda purga tanta dor, mas que não fez nenhuma diferença pro business", critica Erika.

Ela ainda diz que o sobrinho, filho de Pedro, de apenas 16 anos, está em tratamento psiquiátrico para ansiedade e depressão após ser procurado pela imprensa.

Meu pai cuspia no chão de dentro de casa, era violento, quando brigava com a minha mãe 'enquadrava' ela como se estivesse falando com um estuprador! Este é o Victor Dantas. Toda intimidação e violência que meu irmão praticou foi aprendida com o pai. Esse pai herói nunca existiu. Meu irmão sempre sentiu dor, mas o pai ensinou que homens não choram.

Erika afirma que seu pai nunca pagou a pensão dos filhos e que sua mãe saiu de casa com eles quando se separaram.

"A mãe de Dom? Essa sobrevive com uma pensão de aposentada, e conta com ajuda da família pra chegar ao fim do mês. E essa grana toda não passa nem perto do filho dele... Não sabemos, eu e minha mãe, nada sobre o acordo financeiro. Pelo menos pra saber quanto vale o show", diz.

Por fim, ela pede que as espectadoras mulheres "cancelem" a série e não assistam à segunda temporada.

"Para reescrever a história do ex policial, pra humanizar o ladrão, que nunca pediu para ser humanizado, principalmente à custa do sofrimento de quem nunca o abandonou, estão 'escarnando 'a minha mãe viva (...) Ah! Usem a fechadura DOBERMAN, meu irmão me ensinou, e estou virando o feitiço contra o feiticeiro", concluiu.

O UOL entrou em contato com o Prime Video e aguarda posicionamento. Assim que houver, a matéria será atualizada.