Do samba rock ao Art Popular e Belo, Rick Lobisomem foi um gigante
Sem tempo?
- Morreu aos 58 o grande Ricardo Ely Baldino, também conhecido como Rick Lobisomem Batera.
- Depois de um início no samba-rock, nos anos 1980, Rick se tornou fundamental para o samba e pagode.
- Além de tocar bateria no Fundo de Quintal, Rick fez escola no pagode paulista, passando por gravações de Art Popular, Belo, Os Travessos e outros.
- ?Rei do suingue?, disse Belo nas redes sociais.
- O maior baterista de samba de todos os tempos, escreveu Leandro Lehart.
Não é por acaso que os maiores nomes do samba e do pagode prestaram homenagem a Ricardo Ely Baldino, o conhecido Rick Lobisomem, morto aos 58 anos.
Embora falte à música brasileira um registro decente e a uma documentação dos seus artistas excepcionais, Lobisomem deixou um legado com grandes momentos durante os anos 80, 90 e 2000.
Rick tinha 19 anos quando integrou o Grupo Pesquisa, especializado em samba rock. Na foto abaixo, ele é o quarto da esquerda para a direita. Saca só o estilo da turma.
É possível ouvir as músicas do álbum abaixo. No álbum, ele canta e toca percussão.
É importante entender que, na virada de década, o samba rock passava por uma transformação após o auge dos bailes black dos anos 70. O que Rick e o grupo faziam ali era ampliar as possibilidades estéticas do gênero.
Ainda nos anos 1980, Lobisomem viveu no Japão por um ano, voltou em 1986 e integrou o grupo Clave de Fá. Foi integrante também do Fundo de Quintal antes da chegada do também icônico Ademir Batera, no grupo até agora.
A partir dos anos 1990, o nome de Rick Lobisomen passa a aparecer em discos fundamentais para a popularização do samba e pagode nacional.
Álbuns como "Muleke Travesso", que deu nome ao grupo que antecedeu ao Os Travessos, e "O Canto da Razão", do Art Popular, ambos lançados em 1993, marcam o início de Rick no pagode paulista.
Do Muleke Travesso temos esse hit aqui:
Já o "O Canto da Razão" é a estreia do Art Popular, que venceu 170 mil cópias (um número considerável na época) e apresentou o Leandro Lehart ao mundo.
Aqui está o "O Canto da Razão" (quero ver ficar parado com esse "lalaiá"):
Com Lehart e companhia, aliás, Rick gravou vários álbuns, inclusive em "Temporal", de 1996, o disco de "Pimpolho".
Na escola do pagode paulistano noventista, Rick era rei, de Os Travessos ("Nossa Dança", de 1997) a Sensação ("Sensashow (Ao Vivo)"). Nos anos 2000, tocou com Exaltasamba, Chrigor e mais frequentemente Belo.
Rick também fez carreira como cantor e gravou o single solo "Olha Pra Mim", apresentado no Estúdio Showlivre em 2016 e disponível nas plataformas de streaming.
O single é cheio de groove, como é de se esperar.
Belo, quem Rick acompanhava nos últimos tempos, chamou o músico de "rei do suingue".
Já Lehard revelou que o músico gravou no mais novo álbum do Art Popular, "Batuque Magia": "Como se fosse uma despedida você gravou o "batuque de magia", o nosso reencontro que eu imaginava que duraria por tanto anos", escreveu o artista no Instagram.
"Um dos maiores músicos que eu já vi nessa vida, o maior baterista de samba de todos os tempos", concluiu.
Um gigante que se foi antes de voltar aos palcos e aos shows, vítima de um ataque cardíaco. Uma pena.
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