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Globo precisa esclarecer acusação de robôs em sistema de votação do 'BBB'

Robô do BBB 22 (Reprodução) - Reprodução / Internet
Robô do BBB 22 (Reprodução) Imagem: Reprodução / Internet

Colunista do UOL

26/04/2022 15h55

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No dia da grande final do "BBB 22", Luíz Inácio Lula da Silva, candidato a pré-candidato à Presidência do país, decidiu opinar sobre o programa e, mais especificamente, sobre um participante. "Eu não acompanho o Big Brother, mas eu estava ouvindo essa conversa no carro. Tem um cara que é mais abastado lá, me parece, tem mais dinheiro, e ele montou uma fábrica de computador para mandar mensagem para votar nele. Enquanto o cara que não tem, precisa pegar o telefone e votar, o cara tem uma fábrica. Que estupidez que é essa, que brincadeira que é essa?", questionou, em seu discurso.

No último sábado, em entrevista para este colunista durante o Carnaval do Rio, Gustavo Marsengo, recém-eliminado do reality show, declarou que sua rejeição de 81% no paredão "não foi fictícia, foi robótica". No Twitter, vídeos de vários computadores dando votos automaticamente em finalistas como Arthur Aguiar circulam.

Não é de hoje que o "Big Brother Brasil" - e todo e qualquer reality show baseado em votação popular - é acusado de falha no sistema de votação. Com "A Fazenda" ocorre o mesmo. No site do programa, a Globo atesta a segurança do processo, que exige cadastro. "O sistema de votação utilizado no Big Brother Brasil, e demais reality shows da Globo, possui mecanismos de segurança e de monitoração", afirma, em publicação de 25 de janeiro deste ano. "Não temos nenhum indício de votos realizados por robôs, ou quaisquer outros mecanismos de fraude, que impactem a dinâmica do programa. Qualquer tentativa de automação de votos estaria sujeita às validações de controle e segurança, que são aplicadas no processamento de cada um dos votos."

Passados três meses, seria importante a Globo esclarecer se os preceitos seguem os mesmo, ou se tais vídeos ou acusações podem possuir algum fundamento. O "BBB", de fato, passou a mover um mercado paralelo de muito dinheiro. As redes sociais têm empresas especializadas em administrar perfis dos confinados e familiares mais abastados financiam campanhas com apoio de perfis populares no Instagram falando bem de seus protegidos e atacando rivais. Já não é justo que confinados de menor poder aquisitivo passem por isso. Seria ainda menos justo que esse dinheiro financiasse uma votação turbinada por robôs.

A coluna procurou a Globo, que não se manifestou até o momento da publicação desse texto. Tão logo o faça, a emissora terá incluído seu posicionamento.