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ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

"BBB 22" parece ter aceitado que errou na seleção do elenco

Colunista do UOL

07/02/2022 10h26

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Dentro da casa mais vigiada do país, participantes como Bárbara já especulam a razão de o "BBB 22" ter tantas dinâmicas novas no jogo. A gaúcha chegou a ironizar dizendo que entrou em uma edição "flopada". Ela não está de todo errada. Embora a audiência esteja acima da casa dos 20 pontos, nas redes sociais a queixa pela falta de jogo no reality show é generalizada. A maior parte dos participantes parece travada por medo do cancelamento ou mais preocupada em ganhar seguidores para faturar depois do programa do que fazer história dentro dele.

Tiago Abravanel quis promover a "concórdia" e fazer dessa edição um "BBB do amor". Vyni, engraçado nas chamadas, tem se mostrado apático. Douglas e Scooby parecem mais preocupados em parecer os engraçadões - e ainda impedem Paulo André de fazer qualquer movimento mais ousado. Eliezer, que tem uma semana inteira para pensar no voto, diz que está difícil escolher uma opção entre 18 pessoas. Lucas só sabe dar piscadinha. Naiara tem tanto medo da crítica que parece o tempo inteiro se forçar a não explodir, assim como Natália. Brunna ainda parece nem ter entrado na casa.

A direção tem tentado de tudo: toques de Tadeu Schmidt nos confinados, jogo da discórdia, voto aberto e, agora, a possível entrada de novos participantes por meio da casa de vidro. O que essas ações mostram é que, nos bastidores, há a consciência de que o elenco não rendeu o esperado. A seleção, que acertou em cheio nas últimas duas temporadas, errou feio desta vez. E essa autocrítica é importante para - ao menos - tentar corrigir os rumos do jogo.

O processo de seleção para o "Big Brother Brasil" é longo. Longa ficha de inscrição, análise de vídeo, entrevistas remotas, dinâmicas de grupo, testes de vídeo, conversa com psicólogo, exames médicos, confinamento em hotel. Dura meses. E, mesmo sendo tão difícil, parece que o esforço foi claramente desconsiderado pelo atual grupo de concorrentes da atração, que entrou disposto a sabotar as dinâmicas e pregar a paz ou fazer humor. Boa parte dos integrantes do reality está mais preocupada em dissimular um bom mocismo do que em deixar uma marca. Se assim continuarem, será inevitável: cairão no esquecimento. E essa edição entrará para o rol dos "BBBs" amaldiçoados, junto com o "BBB 6" e o "BBB 19".

A direção do programa, competente, está mais do que certa em tentar forçar que o jogo aconteça, mas, ao fazer isso, sinaliza saber que errou na escolha de muitos nomes que estão ali dentro. Agora é observar os próximos desdobramentos.