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Cobertura da vacina vira 'Casos de Família' entre Doria e Pazuello

O ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o governador de São Paulo João Doria - Adriano Machado e Roberto Casimiro/Fotoarena/Estadão Conteúdo
O ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o governador de São Paulo João Doria Imagem: Adriano Machado e Roberto Casimiro/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Colunista do UOL

17/01/2021 17h54

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Quem assistiu à coletiva de início da vacinação contra o coronavírus teve a certeza de que estava testemunhando uma disputa acirrada entre João Doria e Eduardo Pazuello. Na GloboNews, a tele chegou a ser divida entre o governador de São Paulo e o ministro da Saúde, deixando a rivalidade ainda mais óbvia. Tenso do início ao fim, o evento mais parecia um episódio político do "Casos de Família", do SBT. E já começou com disputa até mesmo no horário: Pazuello marcou a coletiva para as 15:30. João Doria vacinou a enfermeira Mônica Calazans, às 15:28.

O ministro de Jair Bolsonaro não se fez de rogado ao atacar o governador. "Nós poderíamos iniciar por marketing a primeira dose em uma pessoa, mas em respeito a todos os brasileiros o Ministério da Saúde não fará isso, não faremos jogada de marketing", afirmou Pazuello, deixando claro que poderia ter promovido uma cena semelhante, com vacinação de uma profissional da saúde. O ministro parece ter esquecido que, assim como presidente, mostrou resistência à aplicação da Coronavac, quando ela foi comprada pelo governo paulista.

Ao saber das declarações, Doria se mostrou indignado: "É inacreditável que o ministro, sem o menor zelo com a saúde, sem ser médico, minta ao dizer que pagou pela vacina. A Coronavac foi paga com recursos de São Paulo. Não há um centavo até agora do governo federal, nem para vacina, nem para estudo. Chega de mentira, ministro. Seja honesto, seja decente". Certamente a psicóloga doutora Anahy D'Amico teria algo a falar sobre.

Ainda que sem citar o nome de Doria, Pazuello afirmou que não fará "propaganda própria". Questionado por uma jornalista, sobre fazer golpe de marketing, o governador disse que "há 11 meses o governo federal faz golpe de morte". Até mesmo Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, no melhor estilo agregado, entrou na briga: "General Pazuello foi preparado a vida toda para matar, diferente da gente, profissional da saúde, que foi preparado a vida inteira para salvar vidas".

Tamanha foi a picuinha que a alegria de ver Mônica Calazans, a primeira brasileira a ser vacinada, acabou ficando em segundo plano em determinado momento. Faltou somente chamar Christina Rocha para tentar resolver a questão. Silvio Santos certamente toparia essa ideia.