Topo

Chico Barney

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Caso Natália versus Linn: Precisamos normalizar o vácuo no WhatsApp

Colunista do UOL

16/05/2023 13h11

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Durante um obscuro reality show da Record chamado A Grande Conquista, Natália Deodato expôs uma questão delicada da sua relação com Linn da Quebrada. As duas se conheceram naquele BBB 22 de tão triste memória e formavam, junto com Jessilane e Naiara Azevedo, um grupo que se convencionou chamar de 'comadres'.

"É estrela, não fala com pobre, não", afirmou a ex-BBB ao ser questionada, em seu novo confinamento, a respeito da artista. A reação da Linn foi divertidíssima, chegando a retuitar a informação do perfil Choquei com um meme de Tulla Luana realmente chocada com o que havia acabado de tomar conhecimento.

"Eu não posso acreditar. Pera aí, gente. Sem militância aqui, também. Ela falou uma coisinha e vocês tão deturpando. Eu preciso ver isso, tá? Pra poder... Ela disse isso?", diz Tulla no vídeo, chegando a revirar os olhinhos no encerramento. É o maior barato.

Mas houve também contexto, com o outro lado da história. A artista revelou que havia perdido o celular e estava com outro número. Além disso, afirmou não gostar muito dos populares "grupos de zap". E também falou que a distância não se trata de elitismo, mas "meu modo de preservar saúde mental".

Em outra mensagem, Linn também lembrou que a convivência das duas foi conturbada lá em Curicica. E pensando nisso, cá entre nós, nada mais natural que depois do programa as pessoas que até tinham algum motivo para andarem juntas lá dentro sigam caminhos diferentes na vida aqui fora.

A dinâmica do WhatsApp é um tanto quanto incômoda. Grupos que reúnem grandes turmas acabam fazendo com que qualquer nobre cidadão seja obrigado a conviver virtualmente com pessoas pelas quais não nutre lá tanto apreço assim. É uma situação difícil de lidar.

O primeiro episódio da série Seinfeld, cujo encerramento completou 25 anos nessa semana, trata justamente de uma dificuldade que segue quase incontornável nos tempos atuais: como interromper uma amizade sem haver a necessidade de uma cisão brusca? Sem briga e nem estresse, apenas cada um seguindo seu caminho?

Dizem que a tecnologia veio para facilitar a vida da sociedade, mas os grupos de WhatsApp representam um retrocesso nessa difícil missão de não conviver com quem a gente não tem tanta vontade.

Não estou nem dizendo que seja necessariamente o caso neste imbróglio, mas cabe a reflexão. É mais feliz quem arquiva os grupos indesejados e cria um outro para falar mal de quem ficou de fora. É saudável, libertador e inevitável estar nos dois lados dessa moeda.

Voltamos a qualquer momento com novas informações.