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Aline Ramos

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Assédio no BBB: Bronca em Eliezer é avanço, mas programa não pode parar aí

Colunista do UOL

03/03/2022 16h38

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Na última festa do BBB 22, Eliezer cercou Jessilane na piscina. Ela gritou algumas vezes para ele parar e enquanto fugia e pedia ajuda de Lina, a produção do programa chamou atenção de Eli. Um aviso por escrito apareceu em uma das televisões da casa. Tentando acalmar o colega, que ficou preocupado, Jessi disse que o ocorrido foi apenas uma brincadeira.

A história repercutiu aqui fora. Sendo brincadeira ou não, Eliezer invadiu o espaço de Jessilane. A professora tentou atenuar ao máximo a situação. Além de dizer que era brincadeira, contou a Lina que não queria que Eli se aproximasse por causa da Natália, que ficaria desconfortável com a situação. É importante lembrar que, independentemente do motivo dela ter dito não, não é não.

Esse caso é diferente de outras histórias de assédio no BBB porque a produção interferiu. Não se esperou o pior acontecer para que uma atitude fosse tomada. Trata-se de uma mudança de postura importante por parte da direção do programa. Afinal, o foco está na segurança das participantes e não apenas na punição dos possíveis assediadores.

Com esse gesto, o BBB garantiu a integridade física de seu elenco e reforçou a importância das pessoas ao redor interferirem em casos de violência contra a mulher, seja física ou sexual. Essa é uma mudança que pode até parecer simples, mas é significativa.

Porém, apesar do acerto, o BBB precisa ir além. Chamar atenção de participantes que estejam ultrapassando algum limite deve ser parte de uma série de ações. O assunto deve ser tratado entre os envolvidos em conversas individuais e também com o público. E caso se comprove o assédio, deve haver desclassificação do programa.

O assédio existe e não vai deixar de existir se fecharmos os olhos.