Estudo revela que 1ª classe pode causar ira em passageiros da econômica

Aperto entre os assentos, superlotação, comida ruim. Não faltam motivos para que passageiros da classe econômica fiquem com os nervos à flor da pele durante uma jornada aérea.
Um estudo publicado nesta semana, porém, revela que há um fator inusitado que pode contribuir para a ira que muitas pessoas sentem ao viajar no setor mais barato de uma aeronave: a visão do conforto oferecido pela classe executiva e a primeira classe.
A pesquisa, realizada pela professora Katherine DeCelles, do departamento de ciências do comportamento da Universidade de Toronto, averiguou o histórico de incidentes envolvendo passageiros enraivecidos em uma das principais companhias aéreas do mundo (cujo nome não foi revelado).
Uma das conclusões foi: o número de histórias de viajantes da econômica brigando entre si ou com os comissários de bordo foi quase quatro vezes maior em voos que tinham classe executiva e primeira classe.
E este índice aumentou ainda mais em aviões nos quais os ocupantes da econômica tiveram de atravessar a classe executiva ou a primeira classe antes de chegar a seus assentos.
Tais atitudes agressivas podem ter sido alimentadas, segundo o estudo, por uma “sensação de privação e desigualdade” experimentada, muitas vezes de modo inconsciente, pelos brigões.
Raiva na primeira classe
A pesquisa revelou outro dado inusitado: há mais confusões envolvendo passageiros da classe executiva ou primeira classe em voos nos quais os viajantes da econômica têm que cruzar estes espaços luxuosos antes de chegar a seus assentos.
Segundo o estudo, isso pode pode causar um sentimento de superioridade nos viajantes das classes mais exclusivas, o que tem potencial para gerar, por exemplo, um comportamento arrogante entre alguns deles (e que pode gerar conflitos com os comissários de bordo).
Veiculado nesta semana na publicação “Proceedings of the National Academy of Sciences”, o estudo foi realizado pela professora Katherine DeCelles em conjunto com Michael Norton, da Harvard Business School.
Porém, entrevistado pela CNN, o professor de psicologia Michael McCullough, da Universidade de Miami, afirmou que o trabalho de DeCelles e Norton é “provocativo” e “não pode ser considerado como uma conclusão definitiva” sobre casos de incidentes envolvendo passageiros nos ares.
Para ele, há outros milhares de fatores que podem causar problemas comportamentais nos voos.
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