Air Max 1: tênis que revolucionou mercado retorna às origens por R$ 1,2 mil
Todo mundo já ouviu falar — ou desejou — um Air Max, um dos modelos clássicos da Nike e que, junto a outros sneakers, a tornou uma das maiores no segmento da moda esportiva.
De olho na busca pela nostalgia, que dita tendências no mundo da moda há um tempo, a marca está relançando o Air Max 1 original, mas retrabalhado para parecer como era em 1986.
É o mais fiel dentre as versões recriadas pela etiqueta — e está à venda por R$ 1,2 mil, chamando-se agora Air Max 1 '86 Big Bubble.
A história da peça vai longe, mas vale a pena ser contada.
O principal nome por trás dela é Tinker Hatfield. Embora seja conhecido pelas suas criações de design, como o Air Jordan, por exemplo, originalmente, ele foi contratado pela Nike como arquiteto para construir prédios da marca nos Estados Unidos.
Foi só em 1985 que ele começou a colocar suas mãos para desenhar os tênis — e que daria início ao nascimento do célebre Air Max.
Nessa mesma época, a etiqueta ascendia, mas lutava também contra a competição de outras, que se atreviam a usar cores e estampas ousadas. Leia-se: Adidas. Logo, era preciso olhar para o futuro e Hatfield era a pessoa certa a cumprir esse papel.
A arquitetura tem parte essencial nisso. Mais especificamente, o Centre Georges Pompidou — edifício em Paris, na França, considerado por avessos como um rompimento na história arquitetônica da cidade francesa.
Em entrevista ao documentário "Respect the Architects", Hatfield disse:
Eu não sei o que estava pensando, mas decidi criar um sapato baseado no prédio. Me lembro de ter sido influenciado por ele e ter meus sentidos arquitetônicos virados de cabeça para baixo.
A estrutura "aberta" do Centre Georges Pompidou levou o designer a experimentar algo que, até então, não era para ser visto: as bolhas de amortecimento dos tênis.
A ideia era expô-las, assim como as irregularidades do hoje icônico complexo cultural — desenhado por um time de arquitetos composto pelos italianos Renzo Piano e Gianfranco Franchini e pelos britânicos Richard Rogers e Su Rogers.
Os primeiros esboços causaram estranhamento.
Foi amplamente discutido que eu havia levado isso longe demais. As pessoas estavam tentando nos demitir Tinker Hatfield em entrevista ao documentário "Abstract: The Art of Design", da Netflix
Aqui, vale lembrar que a tecnologia das bolhas vem muito antes disso. Em 1979, a bolha de ar foi introduzida à Nike pelo engenheiro aeronáutico da Nasa, Frank Rudy. Neste caso, ela era oculta.
Em seu primeiro teste, o vislumbre do Air Max 1 com as bolhas à vista foram um fracasso. Isso porque a tecnologia da época, ainda não tão avançada quanto hoje, não puderam evitar que elas rachassem e estourassem em clima muitos frios.
Foi então preciso voltar ao início para criar a janela da entressola menor e mostrando menos o Air Bubble, tornando o tênis mais estável.
Com isso dito, o Air Max 1 '86 Big Bubble é basicamente algo que Tinker Hatfield desejava ter feito nos anos 1980, mas só poderia ser capaz de fazer com a tecnologia que temos hoje em dia.
Ao relançar a versão clássica, mas atualizada para realmente pertencer às suas origens, a Nike apela para quem está disposto a pagar mais de três dígitos por um sneaker — apoiando-se no discurso de que os tênis são mais do que tênis, na verdade, carregam um storytelling que move milhões de dólares nesse mercado.
O que não faltam no mundo são apaixonados por sneakers, dispostos a pagar fortunas para ter uma peça rara ou, como nesse caso, que seja memorável.
O Air Max 1 '86 Big Bubble conta ainda com uma caixa com design "destroyed" — para a felicidade dos Balenciagers. Acima dela, há um swoosh — o famoso símbolo da Nike — transparente que te permite visualizar parte do tênis antes de abrir a embalagem.
É sobre a experiência do consumidor.
Confira alguns modelos do Nike Air Max 1
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.