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Seleção atinge maior hiato sem títulos em 12 anos com Bernardinho

28º título Sul-Americano, em 2011 (foto acima), foi a última conquista de Bernardinho com a seleção - Jefferson Bernardes/VIPCOMM
28º título Sul-Americano, em 2011 (foto acima), foi a última conquista de Bernardinho com a seleção Imagem: Jefferson Bernardes/VIPCOMM

Luiz Paulo Montes

Do UOL, em São Paulo

23/07/2013 06h01

A derrota da seleção masculina de vôlei na decisão da Liga Mundial, no último domingo, contra a Rússia, consolidou a maior sequência negativa da equipe desde que Bernardinho assumiu o comando do time, em 2001.

O último título do time foi em outubro de 2011, nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, quando o grupo foi comandado pelo assistente técnico Rubinho e levou apenas jogadores considerados "reservas" para o México. Desde então são um ano e nove meses sem medalha de ouro, algo estranho para uma equipe que se consolidou na década pelos inúmeros títulos.

O hiato de Bernardinho é ainda maior na seleção brasileira. Como não participou da conquista do Pan, ele tem um hiato de pouco mais de um mês a mais que o restante do grupo. Juntos, faturaram o Campeonato Sul-Americano no dia 25 de setembro de 2011, em Cuiabá, com uma vitória sobre a Argentina na decisão. O Brasil conquistou as últimas 23 edições da competição - não perde desde 1967, ano em que a sequência começou.

Depois disso, algumas derrotas foram acumuladas: Copa do Mundo de 2011 (terceiro lugar), Liga Mundial de 2012 (sexto lugar), Olimpíadas-2012 (vice-campeão) e Liga Mundial de 2013, perdida recentemente em Mar Del Plata (ARG). Até agora o técnico soma um ano e dez meses sem vencer nenhum campeonato.

Desde o dia 4 de maio de 2001, quando Bernardinho comandou a equipe pela primeira vez, em um amistoso contra a Noruega, o Brasil só tinha ficado uma temporada sem conquistar um título em 2008, assim como foi no ano passado. Nos outros nos ao menos uma vez o time ergueu o troféu de campeão de algum torneio. Em 2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009 e 2010 foi a Liga Mundial; em 2002, o Mundial da Argentina. Do fim de 2007 até o título da Liga Mundial de 2009 teve um hiato de um ano e meio.

"Isso incomoda com certeza, não é só a pressão de fora, é pressão nossa também. A gente esta acostumado a vencer, em 2012 batemos na trave e agora também. Isso dói, ainda mais para nós. Mas tem que servir de lição para a gente superar essa dor e transformar em motivação para conseguir vencer daqui pra frente", afirmou Bruninho, capitão da equipe brasileira.

O intervalo sem títulos, porém, deve terminar em breve. Na primeira semana de agosto, Bernardinho e seus comandados disputam o Sul-Americano no Chile e entram como favoritos à conquista. A Argentina, que poderia fazer frente, mostrou deficiências e só disputou a fase final da Liga Mundial pois era o país-sede - não chegou sequer à semifinal.

"A gente quer ganhar sempre, todo campeonato que disputamos. Agora temos que esquecer rápido e é mais do que obrigação nossa vencer o Sul-Americano. Temos duas semanas para trabalhar e conquistar esse torneio", afirmou o meio de rede Lucão.

Desde o fim dos Jogos Olímpicos, a equipe passa por um processo de renovação. Saíram experientes jogadores, como Giba, Ricardinho, Rodrigão e Escadinha, e mais novos ganharam espaço, como Lucarelli, Wallace, Isac e até o já rodado líbero Mário Junior.