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Barroca: O Botafogo nunca vai ser para mim um clube como outro qualquer

Do UOL, em São Paulo

31/07/2021 04h00

O técnico Eduardo Barroca teve duas passagens pelo time principal do Botafogo, com a primeira conquistando pontos importantes que ajudaram na manutenção do clube na Série A, em 2019, e a segunda quando chegou com uma situação já muito difícil de recuperar, e terminou a campanha confirmando o rebaixamento do clube para a Série B.

Em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, do Canal UOL, Barroca explica o que o levou a encerrar seu compromisso com o Vitória e assumir o Botafogo mesmo com os próprios dirigentes do clube indicando que sabiam que ele dificilmente conseguiria evitar a queda no período em que chegou, e ressalta o sentimento que tem pelo Alvinegro.

"Serviu um grande ensinamento para mim, o Botafogo nunca vai ser para mim um clube como outro qualquer, foi a quarta vez que eu trabalhei no Botafogo e o Botafogo é o meu clube matriz, o Botafogo é um clube que além do lado profissional eu tenho sentimento pessoal, eu tenho sentimento de gratidão, de respeito, e esse chamado do Botafogo me fez não pensar duas vezes em ir e tentar dar a minha vida para tentar reverter um cenário que era extremamente adverso e as próprias pessoas da direção naquele momento já acreditavam que era irreversível, mas queriam construir um final de campeonato ali melhor", conta Barroca.

"Esse ensinamento me trouxe, foi a primeira vez na minha vida que eu rompi um trabalho, um compromisso que eu tinha com um clube por opção minha, eu nunca tinha rompido um trabalho com um clube por opção minha e serviu de ensinamento que eu não devo fazer isso novamente. Mesmo nas dificuldades do Vitória, a experiência de ter rompido um compromisso com alguém que acreditou em mim, no meu trabalho, que eu estava construindo um processo mesmo que na adversidade, me serviu de experiência e me trouxe esse aprendizado”, completa.

O treinador afirma que o Botafogo tinha um problema em relação ao equilíbrio de seu elenco de jogadores, o que fazia com que, ainda que os jogadores se dedicassem, a falta de uma competição interna mais forte atrapalhou o clube na reta final da temporada que culminou na terceira queda para a Série B.

"Se a gente for pegar os principais jogadores do Botafogo, todos eles estão jogando Série A ou foram vendidos, a gente tem aí o Marcinho, que está jogando no Athletico-PR, Benevenuto está jogando no Fortaleza, o Foster no Juventude, o Victor Luís no Palmeiras, o Caio Alexandre foi vendido, o Zé Welisson está no Sport, o Pedro Raul foi vendido, o Babi está no Athletico-PR, o Bruno Nazário está no América-MG. A equipe principal, os principais jogadores estão todos jogando Série A”, afirma Barroca.

"Mas eu enxerguei ali no Botafogo uma discrepância muito grande de competição interna de alguns jogadores com os demais, existia uma discrepância, existia um abismo muito grande e que no momento em que a gente precisava de uma competição interna mais viva ali, faltou nesse sentido. Em nenhum momento faltou dedicação aos jogadores, os jogadores tentaram, sentiram, mas eu acredito, mesmo não tendo participado da construção do processo no início do ano, que chegou um determinado momento em que foi irreversível, por tudo o que os jogadores tinham vivido ao longo da temporada”, conclui.

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