Barroca: A pior frase que existe no futebol é o famoso 'saber sofrer'
O técnico Eduardo Barroca, atualmente no Atlético-GO, deixou sua marca nos primeiros anos de carreira treinando clubes profissionais pelo fato de fazer com que seu time saiba jogar com a posse de bola e sem ficar apenas se defendendo, perfil que o carioca diz vir de sua própria formação no futebol. Ainda que dirija equipes de elencos mais modestos que os principais na disputa do Campeonato Brasileiro, ele afirma a Mauro Cezar Pereira, no programa Dividida, do Canal UOL, que se recusa a aceitar a frase 'saber sofrer', que muitas vezes é usadas pelos colegas de profissão.
Na opinião do treinador, quando o time fica fechado na defesa e permitindo os ataques adversários, ele acaba se colocando muito em risco e é uma situação da qual se perde o controle, ainda que possa funcionar em determinadas ocasiões.
"Para mim a pior frase que existe no futebol, a que não entra no meu ouvido de uma forma boa, é o famoso 'saber sofrer'. Eu entendo que quando o adversário chega no terço final com a bola dominada, com quatro ou cinco jogadores dentro da tua área, a partir daquele momento você não controla mais nada, porque qualquer cruzamento e colocada a bola ali em disputa individual, por mais que você tenha os 10 jogadores atrás da linha da bola, o adversário está colocando uma bola em disputa muito próximo do seu gol, então a partir daquele momento ali você já não controla mais nada", diz Barroca.
"O que acaba acontecendo muito é um processo de imposição muito grande de uma equipe sobre a outra um processo de imposição muito forte que realmente, eu já passei por isso de jogar contra equipes que fizeram um processo de imposição tão grande que a minha equipe não conseguia sair de trás com articulação, com o jogo curto, nem com bola de espaço, já aconteceu isso comigo, e também já aconteceu o contrário, de a minha equipe se impor tão forte em cima de uma equipe adversária que a equipe adversária não conseguia sair de trás, às vezes até queria sair, mas não conseguia", completa.
O treinador do Atlético-GO prefere buscar se defender tendo sempre a posse de bola e com opções de passe para não facilitar que o adversário possa roubá-la, embora considere que existam diferentes formas de se controlar uma partida.
"Eu sempre entendo que ter a bola e o jogador da bola ter duas ou três opções curtas de passe é a melhor forma de se defender. Não só ter a bola, mas que o jogador da bola tenha sempre duas ou três opções para se jogar curto, é a melhor forma de se defender e ir progredindo. Eu também acredito que quando você chega muitas vezes durante o jogo no campo do adversário com muitos jogadores, ou de preferência com os seus 10 jogadores de linha, é a melhor forma de se defender, porque se você perde a bola no campo de ataque, você está pronto para retomar ali em 4 ou 5 segundos numa reação pós perda", explica Barroca.
"Tem gente que entende que controlar o jogo é apenas a posse, tem gente que entende que controlar o jogo é onde jogo acontece mais, se o jogo acontece mais próximo do gol do adversário ou mais próximo do seu gol. Tem equipes que controlam o jogo jogando nas costas e subindo pressão, fazendo que o jogo aconteça mais próximo do gol do adversário do que do seu, e tem equipes, tem pessoas, que acreditam que controlar o jogo tem a ver apenas com oportunidades de gol, com finalizações, com escanteios, com cruzamentos", conclui.
O Dividida vai ao ar às quintas-feiras, às 14h, sempre com transmissão em vídeo pela home do UOL e no canal do UOL Esporte no Youtube. Você também pode ouvir o Dividida no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e Amazon Music.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.