Brasil tem sucesso no Pan-Americano de Santa Marta

Na última semana, aconteceu mais uma edição do Campeonato Pan-Americano de ginástica artística em Santa Marta, na Colômbia. O Brasil fez uma boa campanha, com seis ouros, cinco pratas e dois bronzes, somando 13 pódios. O destaque principal fica para Caio Souza e Diogo Soares que levaram o país ao pódio de sete das oito provas masculinas. Já no feminino, Andreza Lima, Hellen Silva e Sophia Weisberg conquistaram medalhas individuais

Com a proximidade dos Jogos Olímpicos, vários países decidiram não levar seus principais ginastas no Pan-Americano. O Brasil abriu uma exceção para Diogo Soares, que tinha feito apenas uma Copa do Mundo este ano e que foi para a Colômbia ganhar mais ritmo de competição. Tirando a final do individual geral, onde teve erros no cavalo com alças e nas paralelas, Diogo fez uma boa competição. Nas finais por aparelho, ele se recuperou das falhas anteriores e foi campeão no cavalo e vice nas paralelas. Para fechar a campanha com chave de ouro, Diogo Soares ainda fez a sua melhor série da vida na barra fixa, aumentando a sua dificuldade sem perder na execução, levando o ouro no aparelho.

Caio de volta ao topo das Américas

Caio Souza estava há mais de um ano sem competir em todos os aparelhos após a lesão que teve no tendão de Aquiles em 2023. Mas ele retornou ao individual geral em grande estilo levando a medalha de ouro. Esse foi seu quarto título continental, sendo três no Pan específico de ginástico e um dos Jogos Pan-Americanos de 2019.

Caio não está garantindo nos Jogos Olímpicos de Paris, brigando com Arthur Nory para ser nomeado para a segunda vaga do Brasil. O campeão mundial segue com a vantagem por ter um potencial maior de medalha através da barra fixa. Caio mostrou que pode conquistar um top-10 no individual geral em Paris, mas ainda está um pouco atrás de conseguir um bom resultado por aparelhos. Sua maior chance é no salto, onde levou o ouro no Pan, mas com uma média baixa já que teve uma queda na final.

Na disputa por equipes, Caio Souza e Diogo Soares tiveram um ótimo desempenho para conduzir o time que também teve Tomás Rodrigues, Patrick Correa e Lucas Bittencourt ao título. O resultado da competição mostra como Caio Souza fez falta no ano passado no Campeonato Mundial, já que com o seu desempenho, o Brasil conseguiria a classificação para a disputa por equipes em Paris-2024.

Time B feminino melhora desemepnho

Na competição feminina, o Brasil levou o seu time B, poupando o quinteto vice-campeão mundial e que deve ser o time de Paris. Assim, o Brasil teve Carolyne Pedro, reserva do Mundial do ano passado, assim como Andreza Lima, Gabriela Barbosa, Hellen Silva e Luiza Abel. As quatro últimas estavam no time que em 2022 ficou em quarto lugar no Pan-Americano Juvenil. Mas agora, elas mostraram a evolução do grupo e conquistaram a medalha de ouro no Pan, em um bom resultado apesar da ausências das titulares de EUA e Canadá.

Andreza Lima foi o destaque do time, com um bronze no individual geral e uma medalha de prata na trave. Vale ressaltar que ela e Luiza Abel treinam no Grêmio Náutico União, em Porto Alegre. Por conta das enchentes no Rio Grande do Sul, a dupla ficou alguns dias sem treinar, antes de viajarem para o Rio de Janeiro com a técnica Adriana Alves para encerrar a preparação para o Pan. Dentro de todo esse contexto, Andreza mostrou porque é um dos principais nomes para o Brasil no próximo ciclo olímpico e porque deve ser uma das reservas do time de Paris-2024.

Outro destaque fica para o desempenho de Hellen Silva que levou a medalha de prata no solo. A ginasta do Complexo da Maré se destaca pela sua expressividade desde a categoria infantil. Em sua estreia pela seleção adulta, ela mostrou que a tradição brasileira de servir boas coreografias no solo continua.

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Sinal amarelo no juvenil

Na competição juvenil, o Brasil saiu apenas com uma medalha de prata, com Sophia Weisberg no salto. O time feminino que também teve Isabel Aguilar, Gabriela Bouças e Larissa Machado tinha tudo para conquistar um lugar no pódio, mas teve uma competição desastrosa na disputa por equipes, com oito quedas no total. A quantidade de erros deixou o Brasil em quarto lugar, apenas dois décimos da Argentina que levou o bronze. Se não fossem as quedas, as brasileiras até tinham condições de brigar com Canadá e Estados Unidos pela medalha de ouro.

Esse grupo juvenil do Brasil é bom e já tinha feito uma boa competição no Troféu Jesolo, na Itália, no mês passado. Mas dessa vez, a inexperiência afetou as ginastas que não fizeram uma boa competição. O destaque positivo fica para o salto. As brasileiras mostraram um bom nível no aparelho, principalmente Sophia Weisberg e Larissa Machado (apesar da queda na final) que fizeram saltos difíceis que ajudariam até mesmo o time adulto principal do Brasil.

No masculino, o Brasil teve Pedro Silvestre, Felipe Ma, Bernardo Ferreira e Caio Pereira. O quarteto fez uma boa competição, apesar de contarem com notas mais baixas por conta da dificuldade, terminando em quinto lugar. O destaque fica por conta do desempenho do time no cavalo com alças, onde Pedro e Felipe terminaram em quinto e sexto lugar na final do aparelho. Vale ressaltar que o time juvenil chegou a somar mais que o adulto no cavalo, prova que historicamente é a pior do Brasil. Quem sabe esses jovens atletas não podem evoluir ainda mais no aparelho para ajudar a seleção adulta no futuro.

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