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Equipe de resgate suspende busca por alpinistas desaparecidos no Paquistão

Zulfikar Ali/AFP
Imagem: Zulfikar Ali/AFP

06/03/2019 13h24

As equipes de resgate que tentavam localizar o italiano Daniele Nardi e o britânico Tom Ballard, que desapareceram no monte Nanga Parbat (Paquistão) em 24 de fevereiro, anunciaram nesta quarta-feira a suspensão dos trabalhos de busca e a partida do espanhol Alex Txikon, que estava envolvido na missão de resgate e retornou para o acampamento-base do K2.

"A missão de resgate foi suspensa por completo, não há nenhuma outra busca planejada ou anunciada nem por parte do governo nem por parte de mais ninguém", explicou à Agência Efe Karrar Haidri, secretário do Clube Alpino do Paquistão, a entidade governamental de montanhismo responsável pela coordenação da operação.

Nardi e Ballard desapareceram há dez dias a 6.250 metros no Nanga Parbat, a nona montanha mais alta do mundo com 8.125 metros de altitude, quando tentavam ascender ao cume pelo perigoso esporão rochoso Mummery Rib e hoje as equipes fizeram buscas pela via Kinshofer, com a esperança de que eles pudessem tê-la usado para descer pelas cordas fixas na parede.

Ballard é filho de Alison Hargreaves, a alpinista britânica que em 1995 se tornou a primeira mulher a chegar ao cume do Everest sem o auxílio de oxigênio suplementar e morreu naquele mesmo ano durante a descida do K2.

De acordo com o secretário do Clube Alpino, Alex Txikon, que possui drones especiais capazes de operar em grande altitude, "quis voar sobre o esporão Mummery Rib para ter uma visão aérea, mas não dá para ver nada" e "agora voltou ao K2 (8.611 m)", a segunda montanha mais alta do mundo, depois do Everest, para tentar a ascensão e se transformar no primeiro a escalá-la durante o inverno.

O alpinista espanhol oriundo do País Basco estava no Paquistão para tentar essa façanha quando recebeu a notícia das desaparições.

O monte Nanga Parbat é conhecido como a "montanha assassina" por causa dos 80 alpinistas que morreram em suas faces desde a primeira tentativa de escalá-la em 1895, algo que foi conseguido pela primeira vez pelo austríaco Hermann Bulh em 1953.

A montanha tem uma parede de aproximadamente 4 mil metros de escalada, o que representa um dos maiores desafios em um monte no qual as avalanches são frequentes.