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Spalletti condena cânticos racistas: "Inter ama as diferenças"

28/12/2018 15h00

Roma, 28 dez (EFE).- O técnico da Inter de Milão, Luciano Spalletti, criticou os torcedores do clube que proferiram insultos racistas contra o zagueiro senegalês Kalidou Koulibaly, do Napoli, em jogo entre as duas equipes na última quarta-feira, no estádio San Siro, e destacou que os 'Nerazzurri' sempre respeitaram as minorias.

"Condeno com força o ocorrido na quarta-feira. Chegou o momento de dizer 'basta' ao racismo, à discriminação ou a qualquer cântico que evoque tragédias do passado", declarou o treinador da Inter em entrevista coletiva prévia ao jogo deste sábado, contra o Empoli, pela 19ª rodada do Campeonato Italiano.

Spalletti se referiu aos insultos racistas proferidos durante a vitória da Inter sobre o Napoli por 1 a 0 na última quarta, também pelo Italiano, em jogo marcado pela tensão e pela violência. Um torcedor morreu nos arredores do San Siro após uma briga.

"Sublinho que o comportamento de nossos jogadores no campo foi exemplar. A nossa mensagem é clara. O nosso clube ama as diferenças e ama a todos os que estão ao nosso redor", disse o técnico.

Os insultos levaram o Juiz Esportivo do Campeonato Italiano a punir a Inter com disputa de duas partidas como mandante com portões fechados e um terceiro sem torcedores na Curva Nord, setor em que a torcida organizada de mesmo nome costuma se acomodar. Spalletti aceitou o castigo, mas lamentou que este "penalize a grande maioria dos torcedores, que vão ao estádio com alegria, amor e sentimento".

"Sentimos por não podermos jogar com a nossa torcida, mas se esta decisão pode servir para ganhar uma batalha maior, a aceitamos. Queremos viver os jogos em um contexto distinto", salientou.

Por outro lado, o técnico discordou da ideia proposta pelo prefeito de Milão, Giuseppe Sala, de dar a braçadeira de capitão da Inter para o ganês Kwadwo Asamoah. "As coisas não mudam com um gesto, mas com o compromisso diário, repetido e seguido", opinou Spalletti, anunciando que manterá Mauro Icardi como capitão 'nerazzurro'. EFE