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Real domina Europa pela 3ª temporada seguida, mas se despede de CR7 e Zidane

22/12/2018 16h58

Redação Central, 22 dez (EFE).- O Real Madrid foi pelo terceiro ano seguido o clube de destaque do futebol europeu ao repetir 2016 e 2017 com a conquista dos títulos da Liga dos Campeões e do Mundial de Clubes, mas também assistiu ao fim de uma era com a transferência de Cristiano Ronaldo para a Juventus e a despedida do técnico Zinedine Zidane.

O terceiro título de Champions seguido, o quarto nos últimos cinco anos, veio em uma chave de mata-mata peso. O time dirigido por Zidane passou por Paris Saint-Germain, Juventus, em uma reedição da final anterior, e Bayern de Munique, antes da final contra o Liverpool, em Kiev.

Em uma decisão marcada pela lesão de Mohamed Salah em um "enrosco" com Sergio Ramos e pelas falhas do goleiro Loris Karius, o Real Madrid venceu por 3 a 1 e se tornou o primeiro a vencer três vezes consecutivas o principal torneio interclubes da Europa desde... O Real Madrid, pentacampeão de 1956 a 1960.

A conquista coroou todo um grupo, com destaque para 'Zizou', que em dois anos e meio à frente do clube obteve nove títulos, e Cristiano Ronaldo, artilheiro da Champions, com 15 gols.

Os dois deram adeus ao clube madrilenho após a temporada de sucesso. O treinador francês está curtindo um descanso, e Cristiano levou seus gols e sua competitividade para a Juventus, que já caminha a passos largos rumo ao octocampeonato italiano.

Mas o principal destaque, ao menos na visão de quem concede os prêmios individuais, foi outro: Luka Modric. O croata acabou com o domínio de uma década de CR7 e Lionel Messi e faturou o The Best, da Fifa, e a Bola de Ouro, da revista "France Football", além de ter sido eleito o melhor da última Copa do Mundo, tornando-se o primeiro a unificar as três honrarias.

Com Modric, mas sem Zidane nem Cristiano, o Real teve um segundo semestre difícil. Não liderou o Campeonato Espanhol em momento algum, foi goleado pelo rival Barcelona por 5 a 1 e sofreu duas derrotas para o CSKA Moscou na Champions, embora tenha se classificado para as oitavas ainda assim. Ao menos, comemorou o tetracampeonato do Mundial de Clubes, obtido com uma goleada sobre o Al Ain na final em Abu Dhabi.

Substituto de 'Zizou', Julen Lopetegui não resistiu no cargo por muito tempo e foi demitido em outubro, dando lugar a Santiago Solari, que, assim como o francês em 2016, vinha dirigindo o Real Madrid Castilla.

Outro fracasso dos 'Blancos' no semestre foi a derrota para o Atlético de Madrid na Recopa Europeia. Os 'Colchoneros' tiveram mais um ano de sucesso, com a conquista da Liga Europa pela terceira vez. Na final, bateram o Arsenal na despedida do técnico Arsene Wenger, que deixou os 'Gunners' após 22 anos.

Os dois troféus, somados à taça da Copa do Mundo, não foram suficientes para que Antoine Griezmann fosse eleito o melhor do mundo. Mesmo assim, ele continua em alta no Atlético e recusou uma proposta para se transferir para o Barcelona. O "fico" chamou atenção por ter sido confirmado em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais durante o Mundial da Rússia.

O Barça viu rivais se sagrarem em âmbito continental, mas dominou o futebol local ao vencer o Campeonato Espanhol e a Copa do Rei na primeira temporada sem Neymar, mas com a presença de Philippe Coutinho, contratado em janeiro, e Paulinho, que depois da Copa voltou para a China. No meio do ano, chegaram outros dois brasileiros para o elenco, o também meio-campista Arthur e o atacante Malcom.

Outro que teve de se contentar em ser soberano em seu país, mas sem triunfos internacionais, foi o Paris Saint-Germain. O time parisiense levou o Campeonato Francês e as duas copas nacionais, mas na Liga dos Campeões caiu ainda nas oitavas. Neymar se machucou e não pôde participar da partida de volta contra o Real, que selou a eliminação.

Sem títulos em 2017, seu primeiro ano à frente do Manchester City, Josep Guardiola se mostrou o rei dos pontos corridos ao ser campeão inglês, e ainda ajudou os 'Citizens' a conquistar a Copa da Liga Inglesa. Porém, na Champions, grande sonho do clube, veio uma eliminação com duas derrotas para o Liverpool, por 3 a 0 e 2 a 1.

Os 'Reds' continuam em jejum de títulos, sem comemorar desde a Copa da Liga 2011-2012, mas fizeram um ano animador para o torcedor, com destaque para Salah, artilheiro da Premier League e terceiro melhor do mundo na premiação da Fifa, atrás de Modric e Cristiano Ronaldo. Roberto Firmino também se destacou e ainda ganhou a companhia de dois compatriotas no meio de 2018, o goleiro Alisson e o volante Fabinho.

Itália e Alemanha continuaram sendo dominadas, respectivamente, pela heptacampeã Juventus e o hexacampeão Bayern de Munique. Contudo, enquanto a 'Velha Senhora' vem "nadando de braçada" com a chegada de CR7, o time bávaro encontrou um rival a altura, o Borussia Dortmund, vencedor do primeiro turno da Bundesliga 2018-2019.

Além disso, o Bayern perdeu a final da Copa da Alemanha para o Eitracht Frankfurt, que era então comandado por Niko Kovac. O croata foi contratado pela equipe de Munique, mas até agora não conseguiu dar sequência ao legado do ídolo Jupp Heynckes.

Em Portugal, 2018 foi do Porto, que quebrou uma sequência de quatro títulos do rival Benfica no campeonato nacional, é líder nesta temporada e é o único representante do país no mata-mata da atual edição da Champions.

Outro multicampeão que viu seu império ruir foi o Olympiacos, que após ter sido hepta na Grécia ficou apenas em terceiro lugar, assistindo à primeira conquista do AEK Atenas em 24 anos.

A competição foi suspensa por 15 dias em março porque durante o jogo entre AEK e PAOK Salônica, confronto direto pelo título, o presidente do PAOK, que jogava em casa, invadiu o gramado armado para protestar contra a anulação de um gol nos acréscimos do segundo tempo.

O placar foi de 0 a 0, mas a equipe da capital ganhou os três pontos e terminou o campeonato com seis de vantagem para o adversário, segundo colocado. EFE