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Djokovic volta ao topo em ano ruim para brasileiros no tênis

22/12/2018 16h59

Redação Central, 22 dez (EFE).- Em baixa durante boa parte de 2017 e no primeiro semestre deste ano, período em que conviveu com lesões e com mudanças no staff, o sérvio Novak Djokovic deu a volta por cima nos últimos meses de 2018 e fechou a temporada com uma ótima sequência de resultados e a liderança do ranking mundial.

'Nole' se beneficiou do crescimento do próprio rendimento e da queda do espanhol Rafael Nadal e do suíço Roger Federer, que brigaram pelo topo até agosto, em um ano marcado também pelos maus resultados do Brasil em simples. O país iniciará 2019 sem um tenista sequer no 'top-100' nem entre homens, nem entre mulheres.

Djokovic encerrou a temporada de 2017 ainda em julho, após a queda nas quartas de final de Wimbledon, e demorou a pegar o ritmo em 2018. Na primeira metade do ano, não disputou uma final sequer e foi eliminado nas oitavas do Aberto da Austrália e nas quartas de Roland Garros pelo desconhecido italiano Marco Cecchinato.

Nesse período, rompeu a parceria com o americano Andre Agassi e o tcheco Radek Stepanek e voltou a ser treinado pelo compatriota Marian Vajda, que o acompanhou durante quase toda a carreira.

A reação começou na temporada de grama, com o vice-campeonato do ATP 500 de Queen's. Logo depois, 'Nole' conquistou o tetra de Wimbledon, com direito a uma vitória histórica sobre Nadal nas semifinais, obtida com um 10-8 no quito set.

O sérvio então embalou, foi campeão também do US Open e dos Masters 1000 de Cincinnati e Xangai, vice do Masters 1000 de Paris e do ATP Finals, e terminou o ano no topo do ranking pela quinta vez na carreira, repetindo as performances de 2011, 2012, 2014 e 2015.

Líder do ranking durante boa parte de 2018, Nadal teve muitos motivos para comemorar, mas alguns para lamentar. Voltou a ser dominante no saibro, superfície em que faturou os títulos dos Masters 1000 de Monte Carlo e Roma e o eneacampeonato de Roland Garros, além de ter levantado o troféu de Toronto, em quadra dura.

Entretanto, os problemas físicos, recorrentes na carreira, o fizeram desistir de algumas competições e abandonar partidas importantes, como nas quartas do Aberto da Austrália e nas semifinais do US Open, em setembro, última vez em que entrou em quadra.

Já Federer, terceiro melhor de 2018, foi campeão em Melbourne, obtendo o 20º Grand Slam da carreira, e triunfou também em Roterdã, Stuttgart e em casa, na Basileia, e chegou a 99 troféus em sua galeria.

O suíço ainda foi campeão da Copa Hopman, ao lado da compatriota Belinda Bencic, e fez parte do Time Europa, que voltou a ser campeão da Copa Laver, em Chicago, como havia acontecido em 2017, em Praga. Os jogadores do Velho Continente bateram o Time Mundo por 13 a 8.

Também nas competições por equipes, na última edição da Copa Davis em seu atual formato, quem levou a melhor foi a Croácia, bicampeã 12 anos após o primeiro título.

Fora de quadra, o torneio foi motivo de polêmica. Em agosto, a Federação Internacional de Tênis (ITF) decidiu que a partir do ano que vem, se tornará em um evento de duas semanas de duração. A fase final terá 18 países, que se enfrentarão durante uma semana de duração em sede neutra, em confrontos de apenas três jogos, em vez dos cinco atuais, e todos em melhor de três sets, e não mais cinco.

A decisão gerou bastante polêmica, mas tem o apoio do grupo Kosmos, fundado pelo jogador de futebol Gerard Piqué, do Barcelona. Os investidores prometeram colocar US$ 3 bilhões (R$ 11,5 bilhões, aproximadamente) no evento ao longo de 25 anos.

O ano também foi de afirmação para dois tenistas em especial. O jovem alemão Alexander Zverev, de 21 anos, foi campeão quatro vezes, incluindo o ATP Finals, e fechou 2018 em quarto lugar no ranking, uma posição à frente do argentino Juan Martín del Potro, que consolidou a volta por cima na carreira.

'Delpo', de 30 anos, foi submetido a três operações no punho esquerdo, a primeira delas em março de 2014. Depois disso, foi operado em janeiro e em junho de 2015. Ao anunciar a terceira intervenção, chegou a se emocionar e cogitar o fim da carreira.

A aposentadoria precoce não aconteceu, e o argentino teve um dos melhores ano da vida como tenistas, com sua primeira conquista de Masters 1000, em Indian Wells, e o vice do US Open.

Se a argentina vai bem, o Brasil só tem a lamentar, pelo menos no individual. Pela primeira vez desde 1978, nenhum tenista do país foi campeão de um torneio ATP ou WTA, ou mesmo de Challenger. Entre os homens, o melhor tenista do país é Thiago Monteiro, na modesta 123ª colocação do ranking.

Entre as mulheres, o que poderia ser um ano de consolidação da carreira de Beatriz Haddad Maia foi mais um período de lesões. Bia encerrou 2017 como 71ª colocada da lista mundial e terminou 2018 em 185º lugar.

Quem dominou o circuito feminino foi a romena Simona Halep, que começou o ano perdendo para a dinamarquesa Caroline Wozniacki na final do Aberto da Austrália, mas deu a volta por cima em Roland Garros, onde venceu seu primeiro Slam.

A tenista do Leste Europeu foi campeã também em Shenzhen e Montreal, e sequer precisou disputar o WTA Finals para fechar a temporada como número 1.

Mal em 2017, Kerber se recuperou, faturou dois troféus, incluindo o de Wimbledon, e ficou em segundo lugar no ranking. Wozniacki, que subiu ao topo após a conquista em Melbourne, ficou em terceiro lugar, imediatamente à frente da ucraniana Elina Svitolina, e da japonesa Naomi Osaka, que, impulsionada por ter sido a primeira tenista de seu país campeã de 'major', no US Open, fechou o top 5.

De volta ao circuito após ter dado à luz a primeira filha, Alexis Olympia Ohanian Jr., a americana Serena Williams bateu na trave duas vezes na busca pelo 24º Grand Slam de sua galeria, com os vices de Wimbledon e do US Open. A atleta de 37 anos disputou apenas sete torneios em 2018, mas mesmo assim se colocou no top 20, em 16º lugar. EFE