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Com Felipe Melo expulso, Palmeiras perde em SP, mas avança na Libertadores

30/08/2018 23h56

São Paulo, 30 ago (EFE). - O Palmeiras perdeu para o Cerro Porteño nesta quinta-feira, no Allianz Parque, em São Paulo, por 1 a 0, mas está classificado para as quartas de final da Copa Libertadores devido à vitória no jogo de ida por 2 a 0.

Confortável com a vantagem construída fora de casa, a equipe de Felipão entrou em campo com o regulamento debaixo do braço e pronta para jogar fechada, explorando apenas os contra-ataques. Mas o plano inicial foi atrapalhado com a expulsão de Felipe Melo com apenas 3 minutos de jogo após dura entrada em Víctor Cáceres.

Sem o volante, o Palmeiras até passou o primeiro tempo sem ser ameaçado, o que não ocorreu na etapa final. Aos 11 minutos, Arzamendia tentou cruzar, pegou na orelha da bola e, por sorte, acertou o gol. Surpreendido, Weverton, que saia para fazer o corte na pequena área, não conseguiu voltar e impedir que a bola entrasse.

O gol colocou fogo no jogo. O Cerro pressionou, teve três boas chances de marcar e levar o duelo para a disputa de pênaltis, mas parou na falta de pontaria de Ruiz ou em Weverton, para o alívio do torcedor alviverde que praticamente lotou o Allianz Parque.

O Verdão agora enfrenta nas quartas de final o Colo-Colo, em datas que ainda serão definidas pela Conmebol. A equipe chilena eliminou ontem o Corinthians.

Apesar de perder por 2 a 1 em São Paulo, o Colo-Colo bateu o maior rival do Palmeiras no jogo de ida por 1 a 0, em Santiago, e ficou com a vaga devido ao gol marcado fora de casa.

Antes de a bola rolar, a ampla vantagem e o próprio reconhecimento do Cerro antes do jogo de que a classificação seria praticamente impossível davam indícios de que o jogo seria tranquilo para o Palmeiras. Não para Felipe Melo.

Aos 3 minutos de jogo, o volante entrou forte, de sola, na canela de Víctor Cáceres. O árbitro Germán Delfino hesitou em um primeiro momento e deu só cartão amarelo. Após ver a gravidade da lesão, mudou de ideia e aplicou o vermelho.

Mesmo com a inferioridade numérica, o Verdão soube se reorganizar defensivamente. Sem se arriscar no setor ofensivo, Felipão fechou o time e fez uma linha de quatro marcadores à frente da defesa. A equipe paraguaia permanecia com a posse de bola, mas não ameaçava Weverton. O plano de matar qualquer ponta de esperança do adversário no contra-ataque estava mantido.

A estratégia quase deu certo em dois momentos da etapa inicial. Primeiro, aos 26, Diego Barbosa partiu com rapidez e abriu para Willian, que cruzou forte na direção da área. Borja ficaria na cara do gol, mas o passe saiu forte demais, passando pelo atacante colombiano.

Três minutos mais tarde, aos 29, foi a vez de Borja puxar o contra-ataque e encontrar Willian dentro da área. O atacante palmeirense bateu bonito para a defesa de Anthony Silva.

O Cerro respondeu com perigo aos 34 minutos. Na primeira jogada de qualidade produzida pelos visitantes no primeiro tempo, Cáceres foi à linha de fundo e cruzou rasteiro para a linha do pênalti. Ruiz chegou batendo firme, mas errou o gol.

Aos 38, em um dos poucos momentos de desatenção da zaga do Palmeiras, Arzamendia cruzou para Churín, livre, cabecear sem perigo nas mãos de Werverton, que fez a defesa em dois tempos.

O segundo tempo começou com um lance preocupante. Borja e Rodrigo Rojas bateram cabeça com cabeça em uma disputa pelo alto. O paraguaio levou a pior na jogada e sofreu um forte profundo. A ambulância do Allianz Parque foi chamada para entrar em campo e fazer o atendimento ao jogador do Cerro, substituído por Novick.

Quando a etapa final parecia caminhar para a mesma monotonia do primeiro tempo, o Cerro resolveu apimentar o jogo em um lance totalmente despropositado. Aos 11 minutos, Arzamendia tentou levantar na área, pegou errado e mandou na direção do gol. Weverton, que já saia para cortar o cruzamento, tentou voltar atrás, mas não conseguiu impedir que a bola entrasse.

Felipão, então, decidiu fechar ainda mais o time e tirou Borja de campo para a entrada de Thiago Santos. Mas o Palmeiras não abdicou do ataque. Aos 22 minutos, Willian soltou uma bomba de fora da área, obrigando Silva a colocar a bola para escanteio.

O Cerro, porém, foi ampliando a pressão sobre os donos da casa à medida que o jogo se aproximava do fim, criando uma série de chances de empatar a partida. Aos 30, Ruiz recebeu cruzamento na área, dominou e chutou com muito perigo, tirando tinha do gol defendido por Weverton.

No minuto seguinte, Ruiz surgiu nas costas da defesa, recebeu lançamento e ficou cara a cara com o goleiro, que saiu bem do gol para salvar o Palmeiras.

Ruiz teve a terceira chance de empatar aos 40, quando recebeu pela esquerda da área, avançou e chutou rente à trave. Esperto, Weverton fez mais uma boa defesa.

Ainda deu tempo para uma série de confusões perto do fim. Fora do campo, um fotógrafo paraguaio se desentendeu com gandulas do estádio. Nas quatro linhas, após entrada de Escobar em Deyverson, o atacante se levantou vibrando com a torcida. No tumulto, o palmeirense simulou uma agressão e levou um encontrão de Marcos Cáceres. Ambos foram expulsos.



Ficha Técnica:

Palmeiras: Weverton; Mayke, Antônio Carlos, Edu Dracena e Diego Barbosa; Bruno Henrique, Felipe Melo e Moisés (Jean); Borja (Thiago Santos), Dudu e Willian (Deyverson). Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Cerro Porteño: Silva; Raúl Cáceres, Marcos Cáceres, Escobar e Arzamendia; Víctor Cáceres (Valdez), Palau e Rodrigo Rojas (Novick); Ruíz, Churín e Jorge Rojas (Benítez). Técnico: Luis Zubeldía.

Gol: Arzamendia (Cerro).

Cartões Amarelos: Churín, Jorge Rojas, Novick, Escobar e Palau (Cerro); Felipe Melo, Edu Dracena (Palmeiras).

Cartões Vermelhos: Felipe Melo e Deyverson (Palmeiras); Marcos Cáceres (Cerro).

Árbitro: Germán Delfino (Argentina), auxiliado pelos compatriotas Hernán Maidena e Gabriel Chade.

Estádio: Allianz Parque, em São Paulo.