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Ex-presidente da CBF, José Maria Marin é condenado a 4 anos de prisão nos EUA

22/08/2018 17h04

Nova York, 22 ago (EFE).- O ex-presidente da CBF José María Marin foi condenado nesta quarta-feira a quatro anos de prisão nos Estados Unidos por crimes que cometeu quando estava à frente da entidade, entre 2012 e 2015.

Além de impor esta pena, a juíza Pamela Chen, da Corte Federal do Brooklyn, no Distrito Leste de Nova York, também determinou o confisco de US$ 3,35 milhões (R$ 13,63 milhões) em poder de Marin, de 86 anos, e que ele pague uma multa de US$ 1,2 milhão (R$ 4,88 milhões). O dirigente poderia ter sido condenado a 20 anos de prisão como pena máxima, mas a promotoria tinha pedido metade desse tempo como tempo de detenção.

Em dezembro do ano passado, o brasileiro foi considerado culpado, em julgamento nos EUA, por seis de sete crimes de corrupção: três de fraude financeira (envolvendo edições da Copa América, da Taça Libertadores e da Copa do Brasil), dois de lavagem de dinheiro (Copa América e Libertadores) e um por conspirar para a formação de uma organização criminosa. Marin só foi absolvido da acusação de lavagem de dinheiro referente à Copa do Brasil.

Marin é o primeiro peso pesado condenado à prisão pelo chamado caso 'Fifagate', que inclui dezenas de dirigentes de futebol de vários países.

O promotor federal Richard P. Donoghue afirmou em comunicado que "a sentença de hoje mostra que, apesar de todo o seu poder e prestígio, os dirigentes de futebol que corromperam (o esporte) não estão acima da lei".

Marin foi detido na Suíça em maio de 2015 com outros dirigentes e posteriormente extraditado aos Estados Unidos, onde permaneceu em prisão domiciliar, após pagar uma fiança, à espera de julgamento. No processo, o ex-presidente da CBF declarou-se inocente.

Segundo o diretor do FBI responsável pelo caso, William Sweeney, os dirigentes acusados no 'Fifagate' roubaram milhões de dólares "pensando que ninguém se daria conta".

Sweeney ressaltou que as autoridades americanas não consideram o caso encerrado e continuam trabalhando para processar aqueles que "usam o futebol para encher suas contas bancárias".

Em dezembro de 2017, além de Marin, foi declarado culpado Juan Ángel Napout, ex-presidente da federação paraguaia de futebol e que deve conhecer sua pena na próxima semana.