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Grêmio dá show, vence Lanús outra vez e conquista o tri da Libertadores

30/11/2017 00h03

Buenos Aires, 29 nov (EFE).- Antes de "acabar com o planeta", o Grêmio precisava conquistar a América pela terceira vez, uma missão que se tornou fácil com a exibição de gala apresentada pelo Tricolor nesta quarta-feira ao bater o Lanús, na Argentina, por 2 a 1, para levantar o tricampeonato da Taça Libertadores.

Como prometido pelo técnico Renato Gaúcho, o Grêmio ignorou a vantagem obtida com a vitória em Porto Alegre, por 1 a 0, foi para cima do adversário e matou o jogo no Estádio La Fortaleza antes mesmo do intervalo. Fernandinho abriu o placar aos 27 minutos da etapa inicial. Aos 41, Luan ampliou depois de passar por três marcadores e tocar por cobertura na saída do goleiro.

Tranquilo com a vantagem, o Grêmio recuou no segundo tempo e foi pouco ameaçado pelo Lanús, atordoado pelo resultado. Os donos da casa só diminuíram em cobrança de pênalti convertida por Sand aos 27 minutos. Ramiro acabou expulso aos 37 e, mesmo com um a mais em campo, os argentinos não foram capazes de reagir.

O título coloca o Grêmio no Mundial de Clubes em dezembro, quando o Tricolor tentará mais uma vez "acabar com o planeta", frase criada pela torcida e que marcou o a reta final da nova conquista continental. Mas o troféu é histórico por muitos outros motivos.

O Grêmio se torna o segundo time brasileiro a ser campeão da Libertadores na Argentina, repetindo o Santos, de Pelé, em 1963, após vitória sobre o Boca Juniors. Além disso, o Tricolor quebra um tabu contra os 'hermanos': os vice-campeonatos do time no torneio tinham sido contra o Independiente, em 1984, e contra o próprio Boca, em 2007.

Outro que faz história é Renato, que se torna o primeiro brasileiro a conquistar a Libertadores como jogador, comandando o Grêmio em seu primeiro título do torneio há 34 anos, e treinador. Marrento como sempre, ele avisou: quer uma estátua em Porto Alegre.

Na partida decisiva, o Grêmio começou o jogo repetindo a estratégia que deu resultado em Porto Alegre: pressionar a saída de bola do Lanús, que tem como mentalidade evitar chutões. A postura ofensiva, apesar de anunciada por Renato, surpreendeu os anfitriões, que ficaram sufocados em seu próprio campo nos minutos iniciais.

Aos 8 minutos, o Tricolor criou sua primeira chance de perigo no duelo. Depois de boa troca de passes, Fernandinho recebeu na esquerda e chutou cruzado. Andrada, esperto no lance, fez a defesa firme, sem dar chances para Barrios aproveitar um possível rebote.

Tranquilo como se atuasse em Porto Alegre, o Grêmio mantinha o controle da partida sem muito esforço. O avanço do cronômetro, a dificuldade para criar jogadas e a vantagem da equipe gaúcha angustiava jogadores e torcedores do Lanús. Grohe, que operou um milagre no primeiro tempo do jogo de ida, apenas assistia.

O gol brasileiro era questão de tempo e saiu aos 27 minutos. Depois de falta cobrada na área do Grêmio, Fernandinho pressionou a defesa do Lanús no rebote, roubou a bola ainda no campo de defesa e acelerou em direção à área adversária. Com a sexta marcha engatada, o atacante levou a melhor sobre os rivais na velocidade e encheu o pé na saída de Andrada para marcar seu primeiro gol no torneio.

A resposta do Lanús veio logo depois de a bola voltar a rolar. Aos 29 minutos, em nova falta perto da área gremista, Velázquez resolveu cobrar direto para o gol e caprichou no chute. Grohe, atento no lance, se esticou e tocou para escanteio.

Com a vantagem ampliada, o Grêmio passou a alternar a marcação pressão com uma postura mais defensiva para aproveitar os contra-ataques. Assustado com o futebol apresentado pelo adversário, o Lanús nada fazia.

Se a situação já era boa para os gremistas, ficou ainda melhor aos 41 minutos, quando Jaílson lançou Luan. O atacante avançou até a área, limpou pelo menos três jogadores do Lanús e, representando a tranquilidade do time em campo, deu uma cavadinha por cima de Andrada para marcar um golaço em La Fortaleza.

Assim como no primeiro gol, o Lanús tentou responder na sequência. Aos 43, Sand tocou para Martínez, que tabelou com Gómez e soltou uma bomba. A bola, no entanto, passou longe da meta defendida por Grohe.

Os dois times voltaram do intervalo sem mudanças entre os titulares, mas Arthur, que levou uma pancada no tornozelo no fim do primeiro tempo, seguiu sentindo dores. Renato foi então obrigado a mexer no time, colocando Michel em campo.

Com a bola rolando, o jogo continuava praticamente o mesmo. Apesar de precisar de uma virada histórica para levar a partida para a prorrogação, o Lanús não conseguia pressionar o Grêmio, que seguia tranquilo, se aproveitando do nervosismo do rival.

O primeiro lance de perigo dos donos da casa foi ocorrer apenas aos 10 minutos. Depois de bate-rebate na área gremista, Sand ficou com o rebote e finalizou rasteiro, na rede pelo lado de fora. Grohe, porém, estava no lance.

O Lanús, no entanto, não se entregava. Almirón decidiu partir para o tudo ou nada tirando o zagueiro Herrera de campo para a entrada de Moreno. E a persistência foi recompensada aos 27 minutos, quando Acosta recebeu de Sand na área e foi derrubado por Jaílson. O próprio Sand bateu e diminui a vantagem de pênalti.

O gol não foi o suficiente para abalar o Grêmio, que continuava bem postado em campo. Nem mesmo a expulsão de Ramiro, aos 37 minutos, fez com que o Lanús conseguisse reagir e ameaçar o título do Tricolor, que cozinhou o jogo até o fim.

Ainda deu tempo para o Grêmio quase marcar o terceiro. Aos 44, Fernandinho fez bela jogada e deixou Luan livre na área. O atacante tentou repetir o toque do segundo gol, por cima de Andrada, mas tirou demais de Andrada.

Não era problema. O tricampeonato já estava garantido.



Ficha Técnica:

Lanús: Andrada; Gómez, García, Herrera (Moreno) e Velázquez (Denis); Marcone, Silva (Rojas), Pasquini e Martínez; Sand e Acosta. Técnico: Jorge Almirón.

Grêmio: Marcelo Grohe; Edílson, Geromel, Bressan (Rafael Thyere) e Cortez; Jaílson, Arthur (Michel) e Ramiro; Luan, Fernandinho e Barrios (Cícero). Técnico: Renato Gaúcho.

Árbitro: Enrique Cáceres (Paraguai), auxiliado pelos compatriotas Eduardo Cardozo e Juan Zorrilla.

Gols: Fernandinho e Luan (Grêmio); Sand (Lanús).

Cartões Amarelos: García, Velázquez e Silva (Lanús); Edílson, Jaílson, Cortez, Ramiro e Grohe (Grêmio).

Cartões Vermelhos: Ramiro (Grêmio).

Estádio: La Fortaleza, em Buenos Aires (Argentina).