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Chancelaria quer decisão apolítica sobre presença russa em PyeongChang 2018

18/11/2017 14h45

Moscou, 18 nov (EFE).- O Ministério das Relações Exteriores da Rússia divulgou comunicado neste sábado, cobrando que política e esporte sejam separados, às vésperas do anúncio da participação ou não do país nos Jogos Olímpicos de Inverno, que acontecerão no próximo ano, em PyeongChang, na Coreia do Sul.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) revelou ontem que, em 5 de dezembro, anunciará a decisão sobre a participação de atletas russos na competição poliesportiva. Na quinta-feira, a Agência Mundial Antidoping (Wada) manteve a suspensão do órgão de combate ao uso de substâncias ilegais, a Rusada.

O motivo da manutenção da sanção, que aumentou as possibilidades de exclusão dos Jogos, foi a entidade nacional não ter reconhecido as conclusões do relatório McLaren, que apontou para a existência de um esquema de doping, patrocionado pelo governo local.

""Estamos convencidos de que o esporte é um âmbito da vida das pessoas e de que deve permanecer a margem da agenda política", diz o texto divulgado pela Chancelaria.

A nota diz que "ultimamente", voltaram a acontecer tentativas de usar as principais competições e o esporte, em geral, como instrumento para exercer pressão e garantir "interesses conjunturais".

"O esporte serve para alcançarmos unidade, e obter respeito das tradições e cultura dos países, não para destruir os laços entre povos e nações", lamenta o texto.

O documento divulgado pelo ministério ainda cita, com "surpresa e imcompreensão", as declarações do britânico Craig Reedie, presidente da Wada, que afirmou ser um "sonho impossível", separar esporte e política.

Desde a apresentação do relatório McLaren, feito a partir de solicitação a investigadores independentes, pela Agência Mundial Antidoping, o governo russo rejeita todas as acusações e se recusou a concordar com as conclusões, que era uma das condições para o fim da suspensão da agência local.

"Não é por que não queremou ou porque sejamos cabeças de duras, mas porque não podemos aceitar o que, até hoje, não foi provado", garantiu dias atrás o ministro dos Esportes e vice-primeiro-ministro do país, Vitaly Mutko.