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Jornalista que ajudou a revelar esquema de doping na Rússia ataca COI e Wada

17/02/2017 12h41

Madri, 17 fev (EFE).- O jornalista alemão Hajo Seppelt, que fez as primeiras apurações sobre doping na Rússia, que acabaram sendo partida para o relatório McLaren, atacou nesta sexta-feira o Comitê Olímpico Internacional (COI) e cobrou que o presidente da Agência Mundial Antidoping (WADA), Craig Reedie, peça demissão.

"O COI fracassou durante anos no doping. O único interesse que tem o presidente (Thomas) Bach é defender os interesses que já existem e não atacar grandes países como a Rússia. Como podemos ter um presidente da WADA que foi vice-presidente do COI durante anos. Craig Reedie tem que renunciar", afirmou o repórter.

Seppelt foi duro nas palavras contra o mandatário da agência antidoping, especialmente, por causa de uma suposta "vista grossa" com o país do Leste Europeu.

"Ele não está interessado em atletas limpos. Através do COI, contaminaram os Jogos durante anos. Sochi 2014 (Jogos Olímpicos de Inverno) foi uma farsa", garantiu o alemão.

O profissional de imprensa fez as declarações em discurso no V Congresso Internacional Esporte, Doping e Sociedade realizado em Madri, na Espanha, em que detalhou como conseguiu as informações sobre o sistema estatal implantado na Rússia e em que absolveu os atletas.

"Os desportistas não são ovelhas negras, são vítimas de um esquema que os pressiona a se doparem em algumas partes do mundo", avaliou Seppelt, que chegou a viajar disfarçado de técnico interessado em comprar substâncias proibidas, para obter informações.

O jornalista da emissora alemã "ARD" chegou a ser demitido no início da apuração, devido negativa das autoridades esportivas no primeiro momento. Seis meses depois, o repórter acabou sendo recontratado para liderar uma equipe que averiguasse os segredos do esporte.