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Rússia pede a Coe que reconsidere o veto olímpico ao atletismo do país

25/07/2016 14h58

Moscou, 25 jul (EFE).- O ministro de Esportes da Rússia, Vitaly Mukto, escreveu nesta segunda-feira uma carta ao presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), Sebastian Coe, na qual pede que reconsidere a decisão de vetar os atletas do país nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

"Peço que defenda os atletas russos limpos e conceda a possibilidade de competir nos Jogos do Rio aqueles atletas que cumpram plenamente os critérios estabelecidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI)", afirma a carta.

Mutko se referia ao fato que o COI impôs no domingo como principal requisito aos atletas russos para participar das competições não terem sido punidos por doping e terem passado por análise por parte de agências antidoping internacionais.

O ministro acatou a decisão da IAAF suspender o atletismo russo e admitiu que os problemas tem sua origem na União Soviética, mas afirma que a Rússia está comprometida em lutar contra o doping.

Segundo Mutko, a Federação de Atletismo da Rússia foi totalmente renovada seguindo os critérios estabelecidos pela IAAF, de modo que não permanece em sua estrutura nenhuma pessoa envolvida no caso.

Ele também lembrou a criação de uma comissão independente determinada pelo presidente Vladimir Putin, e antecipou que a Rússia está disposta a estabelecer junto à Agência Mundial Antidoping (Wada) um novo sistema estatal contra a "praga" do doping.

"Mas quero chamar sua atenção para que a responsabilidade deve ser personificada e que todos os atletas que têm a consciência tranquila não devem responder pelas violações de outros", indicou.

Mutko lembrou que, cumprindo com os critérios do COI, os atletas russos se submeteram pelo menos a três análises independentes da IAAF nos últimos seis meses. E disse que considera um erro que sejam punidos de maneira coletiva lendas do esporte como a bicampeã olímpica de salto com vara, Yelena Isinbayeva, que "tem uma reputação irrepreensível confirmada pelos vários testes que fez".

A IAAF decidiu em novembro de 2015 banir a Federação Russa de Atletismo por conivência com doping, que foi corroborada em meados de junho, o que impede os atletas de concorrer nos Jogos Olímpicos.

A decisão também foi respaldada pela Corte Arbitral do Esporte (CAS), que rejeitou na última quinta-feira o recurso apresentado por 67 atletas do atletismo russo.

Atualmente, só a saltadora em distância Darya Klishina tem direito a competir no Rio, já que cumpre o requisito exigido pela IAAF de treinar há vários anos no exterior.

Ao saber da decisão do COI, Isinbayeva denunciou a "injustiça" de não poder encerrar sua carreira no Rio, lembrou que seus recordes transformaram o salto com vara na "modalidade número um do atletismo" e criticou a falta de apoio por parte das autoridades.

"Nossa defesa foi muito frágil, eu diria nula. Ninguém defendeu meus direitos", escreveu a atleta em sua conta no Instagram.

A Rússia lembrou a Coe que ele se beneficiou dos boicotes políticos dos Jogos de Moscou em 1980 e Los Angeles em 1984, onde conquistou duas medalhas de ouro e duas de prata.