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Ministro dos Esportes da Rússia garante que não renunciará após escândalo

19/07/2016 12h40

Moscou, 19 jul (EFE).- O ministro dos Esportes da Rússia, Vitaly Mutko, descartou nesta terça-feira que irá renunciar ao cargo devido as acusações de doping sistemático e apoiado pelo governo, que constam no relatório McLaren, feito a pedido da Agência Mundial Antidoping (WADA).

"Minha substituição não está sendo ventilada. Essa é uma prerrogativa do presidente. Não existem acusações contra mim, nem pode haver, pois é impossível", disse o titular da pasta à imprensa local.

Mutko foi mencionado no documento apresentado ontem, no Canadá, mas não foi acusado diretamente de ter participado do programa de doping estabelecido pelo governo para os Jogos Olímpicos de Inverno, realizados em Sochi dois anos atrás.

"Tudo o que faço como ministro está relacionado com a luta contra o doping. Nunca fugi da responsabilidade e estou também disposto a assumir isso agora, mas eu nunca promovi nenhum programa de doping", garantiu o ministro.

Segundo Mutko, o relatório está sendo traduzido para o russo e será entregue em seguida para para um comitê judicial, que o avaliará.

Sobre os funcionários de alto escalão afastados hoje, todos por causa de menção no documento feito a pedido da WADA, o titular da pasta garantiu que se trata de uma medida provisória.

"Depois que tenhamos chegado a todas as conclusões, se os fatos expostos no relatório sejam confirmados, então serão tomadas as medidas definitivas correspondentes", explicou.

Entre os que ficarão fora do ministério estão Natalia Zhelanova, assessora do ministro para assuntos relacionados ao doping, Irina Rodionova, subdiretora do centro de alto rendimento do país, Yuri Chizhov, subchefe do laboratório antidoping de Moscou, e Avak Abalian, subdiretor do departamento de Ciência e Educação.

Ontem, o primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, já havia afastado Yuri Nagornij, vice-ministro dos Esportes, que é mencionado no relatório McLaren como o principal responsável pelo programa de doping colocado em prática nos Jogos Olímpicos de Inverno, em Sochi, dois anos atrás.

O Comitê Olímpico Internacional (COI), após teleconferência realizada nesta terça-feira pelo Comitê Executivo, decidiu adiar até o fim de semana a decisão sobre a possível exclusão do país nos Jogos Olímpicos.