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Em protesto, Rússia está disposta a enviar apenas atletas e técnicos ao Rio

19/07/2016 14h23

Moscou, 19 jul (EFE).- O ministro de Esportes da Rússia, Vitaly Mutko, declarou nesta segunda-feira que o país está disposto a enviar apenas atletas e treinadores aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, e não os demais funcionários, como protesto pelas acusações de doping promovido pelo Estado.

"Estamos dispostos a enviar apenas os atletas e seus treinadores aos Jogos Olímpicos. Se essa medida for necessária, estamos prontos", disse o ministro à agência "Interfax".

Mutko disse acreditar que o Comitê Olímpico Internacional e a Associação de Federações Olímpicas de Verão "tomarão uma decisão razoável" sobre a participação da delegação russa nos Jogos, ameaçada pelas acusações de doping de Estado.

"Se no relatório (McLaren) há fatos confirmados sobre violações das regras antidoping por parte de algum atleta ou funcionário, então devem ser sancionados", ressaltou.

O presidente do COI, Thomas Bach, garantiu hoje que a entidade "não hesitará em adotar as mais duras sanções disponíveis contra os indivíduos e organizações implicadas" no Relatório McLaren feito pela Agência Mundial Antidoping (AMA).

Esse relatório, que acusa a Rússia de promover o doping para liderar o quadro de medalhas nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em 2014, é "um ataque sem precedentes à integridade do esporte e dos Jogos Olímpicos".

O COI, que deu a entender "a exclusão coletiva dos atletas russos", ressaltou que levará em conta tanto o Relatório McLaren como a resolução da Corte Arbitral do Esporte (CAS) do dia 21 de julho sobre a proibição imposta pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF) aos atletas russos antes de tomar uma decisão.

Mutko ordenou nesta terça-feira o afastamento de todos os altos cargos que foram citados no Relatório McLaren como responsáveis pelo programa de doping, que também teria sido aplicado nos Mundiais de Atletismo realizados em Moscou em 2013, entre outras competições.

O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, já afastou na noite de ontem o vice-ministro de Esportes, Yuri Nagornij, apontado como o diretor responsável pelo programa de manipulação de amostras de urina em Sochi.

Tanto o Comitê Olímpico Russo como o presidente do país, Vladimir Putin, denunciaram a duvidosa reputação do principal informador da AMA, Grigori Rodchenkov, antigo diretor do laboratório de Moscou e agora exilado nos EUA, que acusou diretamente o Ministério de Esportes russo e ao Serviço Federal de Segurança (FSB, antigo KGB). EFE

io/vnm