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Clubes argentinos pedem término do programa "Futebol para Todos"

19/07/2016 00h04

Buenos Aires, 18 jul (EFE).- Dirigentes de boa parte dos clubes argentinos da Primeira Divisão e alguns da Segunda Divisão, pediram nesta segunda-feira para o governo dissolver o polêmico programa Futebol para Todos, que desde 2009 permite a transmissão de graça das partidas do Campeonato Argentino e da seleção nacional.

Um comunicado explica que o secretário-geral da presidência, Fernando de Andreis, recebeu na tarde de hoje uma nota assinada pelos dirigentes no qual se afirma que o programa Futebol Para Todos "cumpriu um ciclo" e precisa de "uma reciclagem".

"Estamos dispostos a liberar o Estado do custo dos fundos privados de nosso produto, uma vez que para a família do futebol a quantidade que recebemos é insignificante e para o Estado uma grande despesa", acrescenta a carta.

Além disso, se propõe ao governo "dissolver a relação contratual" que os une e "através de uma licitação internacional buscar empresas privadas interessadas", afirmam.

A partir deste pedido, Fernando de Andreis informou que dentro da Secretaria-Geral "serão avaliados os primeiros passos" e continuará mantendo um "diálogo aberto" com a Associação do Futebol Argentino (AFA), que sofre uma grave crise institucional há meses, para colaborar "com a normalização da situação atual do futebol argentino".

O programa Futebol para Todos, estabelecido durante o governo de Cristina Kirchner, é desde 2014 alvo de uma investigação por supostas irregularidades na gerência dos fundos públicos, liderada pela juíza federal María Servini.

Por isso, foram indiciados no mês de junho, entre outros, Aníbal Fernández, Jorge Capitanich e Juan Manuel Abal Medina, ex-chefes de Gabinete durante o governo de Cristina Kirchner, e o presidente da AFA, Luis Segura.

O caso começou quando um promotor apresentou um pedido perante a juíza para investigar o que está sendo processado com base na exigência realizada pela deputada Graciela Ocaña, que denunciava que os fundos destinados ao programa representaram uma despesa para o Estado, desde 2009 a 2011, de mais de três bilhões de pesos argentinos.

Ao mesmo tempo, a Fifa anunciou hoje os integrantes do comitê de regularização que trabalhará na AFA, e que tem como objetivo normalizar a entidade, nomear um novo treinador para a seleção argentina e organizar as eleições.