Organização da Copa do Catar pede tempo para resolver problemas trabalhistas
O comitê organizador da Copa do Mundo do Catar pediu tempo nesta quinta-feira para solucionar os problemas trabalhistas apresentados pela ONG Anistia Internacional (AI) em um novo relatório publicado na quarta-feira.
O secretário-geral do comitê organizador, Hassan al Zawadi, afirmou que a melhoria das condições trabalhistas dos operários da construção dos estádios, solicitadas pela AI e outras ONGs, "não será resolvida em um dia".
"Nossa prioridade foi, em princípio, a segurança e a proteção nas construções; uma vez que se resolva uma questão, buscaremos soluções para o restante", disse Zawadi em resposta ao relatório da AI, intitulado "O lado escuro do esporte rei: exploração trabalhista em uma sede da Copa do Mundo do Catar 2022".
Zawadi acrescentou que depois da segurança e da proteção, sua prioridade eram os alojamentos dos operários, uma dos aspectos criticados pela AI, que denuncia a exploração dos trabalhadores na construção dos estádios para o Mundial.
O relatório da ONG indica que, na visita realizada em fevereiro, foi possível constatar que "alguns dos trabalhadores tinham sido transferidos para um alojamento melhor e que a empresa contratante tinha devolvido os passaportes aos mesmos, em resposta às conclusões de um relatório anterior da AI, mas que não se buscou uma solução para outros abusos".
Quanto à questão do confisco dos passaportes por parte dos empregadores, os organizadores esclareceram que esta é uma prática que foi modificada por outra que garante a integridade dos operários.
"Os trabalhadores dispõem de um cofre de segurança onde podem guardar seus passaportes", disse Zawadi.
"O compromisso é claro e do qual me orgulho. O relatório da Anistia Internacional reflete que estamos comprometidos com o sistema de bem-estar laboral e em realizar nosso trabalho (para resolver essas questões) e estamos dando passos para criar o ambiente de mudanças".
Outro problema evidenciado pelo relatório da AI é o do sistema de patrocínio do país, algo que mudará a partir de 14 dezembro deste ano, quando o empregado já não necessitará de uma permissão de sua empresa para mudar de posto de trabalho, uma vez que seu contrato esteja finalizado.
Sobre as denúncias de falta de pagamento, o governo do Catar estabeleceu um sistema eletrônico de proteção de salários que obriga as empresas a pagarem os salários de seus trabalhadores na data estipulada.
Além disso, a organização detalhou que criou a figura de uma companhia externa que realizará uma inspeção das condições trabalhistas em todos os projetos de construção.
"Sempre haverá desafios, mas teremos respostas e resolveremos os problemas". "Não temos uma varinha mágica, não vamos fazer promessas vazias", acrescentou Zawadi.
Assim, os organizadores do Mundial de 2022 afirmam estar trabalhando para garantir o bem-estar dos 5.100 operários que trabalham atualmente na construção dos seis estádios e dos mais de 36 mil que são estimados para 2018.
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