A uma luta de ganhar R$ 3,7 milhões no PFL, brasileiro descarta pressão
Natan Schulte está a uma vitória de ganhar 1 milhão de dólares (em torno de R$ 3,7 milhões) no PFL (Professional Fighters League). A organização congratulará os grandes campeões de cada categoria com a bolada, mas o peso-leve (70 kg) brasileiro garante que a sua motivação vai além do prêmio que poderá ganhar no próximo dia 31 de dezembro, em Nova York (EUA).
Apesar disso, o jovem catarinense não descarta a importância do dinheiro que poderá ganhar. Para ele, serviria como uma recompensa pelos diversos anos de intenso treinamento pelo qual passam os atletas de MMA. Segundo o atleta da American Top Team, trata-se de um novo momento em sua carreira, mas que não apaga a trajetória difícil do passado.
"A minha motivação vem de ter um futuro melhor, uma condição financeira melhor. E de fazer o que eu amo, o que realmente gosto. E ganhar 1 milhão para mim é uma coisa maravilhosa. Depois de tantos anos de trabalho ter a chance de ganhar um prêmio desse me deixa muito feliz, porque é muita dedicação e são muitos anos de trabalho. E a motivação é essa - fazer o que eu amo. Todos os dias acordar cedo sem pressão de nada, fazer somente o que eu gosto. É isso que me dá motivação", relatou, em entrevista à reportagem da Ag. Fight.
No início do torneio, Natan era um dos atletas menos conhecidos. E sua trajetória foi complicada, uma vez que o brasileiro encarou alguns dos adversários mais credenciados da competição. O catarinense começou o torneio com a vitória sobre Chris Wade, atleta que deixou o UFC com quatro vitórias e duas derrotas, por decisão unânime. Em seguida, finalizou Jason High, outro ex-Ultimate, no segundo duelo da fase preliminar e avançou às quartas-de-final, que foram disputadas no último sábado (13), na Califórnia (EUA).
A etapa eliminatória contava com as quartas e as semi-finais no mesmo dia. O catarinense contou que, a fim de se preparar fisicamente para as exigências de uma noite com duas lutas, fazia sparrings com 40 minutos de intervalo entre eles. Schulte teve Johnny Case, outro atleta que deixou o Ultimate com mais vitórias do que derrotas, como adversário e empatou a disputa de dois rounds. No entanto, ele venceu o primeiro assalto, que era o critério de desempate de acordo com as regras do torneio. Assim, avançou à etapa seguinte e enfrentou e venceu novamente Chris Wade, desta vez por decisão dividida dos juízes.
"O primeiro round era essencial na primeira luta. Quem ganhasse o primeiro round tinha muito mais vantagem. Até poderia ganhar o primeiro assalto e perder o segundo, porque o primeiro era o que mais contava. Mas minha estratégia foi dar muita pressão no primeiro, abafar ele e no segundo administrar só para ganhar a luta. E foi o que eu fiz. Botei ele para baixo e mantive ele lá o tempo inteiro, golpeando-o. E no segundo round mantive mais a distância, fiquei mais em pé", explicou.
"Contra o Chris Wade, acho que foi a única luta do GP que os dois lutadores já tinham lutado. Eu sabia qual eram as brechas dele e sabia que ele não conseguiria me botar para baixo, porque o jogo dele é o wrestling. Então eu poderia explorar bem a minha trocação e botar ele para baixo, como já tinha feito na minha primeira luta. E foi o que aconteceu. Consegui botar ele para baixo no primeiro round, no segundo também, e no terceiro round andei para frente, botei golpes duros nele e o fiz recuar", completou.
Aos 26 anos, Natan Schulte enfrentará agora o russo Rashid Magomedov na grande final, no dia 31 de dezembro. O peso-leve brasileiro acumulou, até então, um cartel profissional de 14 vitórias, três derrotas e um empate como lutador de MMA. Magomedov, por sua vez, tem 22 triunfos, duas reveses e um empate, além de um 'no contest'. Na passagem do russo pelo UFC, que durou de 2014 a 2017, ele venceu cinco confrontos e perdeu só um, contra Beneil Dariush.
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