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Único a bater campeão interino do UFC, Warlley admite que "acomodação" o deixou para trás

Felipe Paranhos, em Salvador (BA)

Ag. Fight

22/08/2018 16h30

Warlley Alves saiu do TUF Brasil 3, em 2014, com status de grande revelação do momento no país. E, no ano seguinte, venceu um outro jovem atleta com grande potencial: Colby Covington. Quase três anos depois, porém, é Colby quem tem o cinturão interino dos meio-médios (77 kg), enquanto o brasileiro tenta voltar ao ranking da categoria. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight nesta quarta (22), Alves reconheceu que se acomodou com a invencibilidade e foi surpreendido pelas únicas duas derrotas da carreira, ambas em 2016.

Naquele ano, Warlley enfrentou Bryan Barberena, atleta mais conhecido pela resistência e pelo coração do que pelas habilidades apuradas. O americano, entretanto, superou a inferioridade técnica e venceu o combate. Seis meses depois, o mineiro radicado no Rio foi derrotado por Kamaru Usman ? este, sim, outra grande revelação do MMA mundial. Olhando para trás, Alves fez uma autocrítica e afirmou que se dedicou menos do que deveria naquele período.

"A realidade é que a cada passo a gente tem de treinar mais. E a realidade é que eu me acomodei nos treinamentos, naquilo que eu fazia, e achei que daria certo do jeito que eu sempre fiz. Só que eu tinha de chegar a um nível novo de treinamento. Foi culpa minha. Não foi culpa dos meus treinadores. Não foi culpa da X-Gym, nem do Camões, nem do Guilherme . Não foi culpa dos treinadores da época o fato de que eu tive essas duas derrotas. A culpa foi estritamente minha. Eu me acomodei e achei que fazendo o que eu sempre fiz iria dar certo. Só que para um patamar novo a gente precisa de treinamento novo", declarou.

"Eu treino muito hoje, muito mais do que eu já treinei. Porém, se eu quiser ser campeão um dia, tenho de treinar muito mais do que hoje. Então, é um passo de cada vez. Eu dei uma acomodada e agora eu estou de volta, 100%, treinando para caramba para chegar, meter a porrada em quem tiver que meter a porrada, sair com a vitória e dar um show para quem está assistindo", falou.

O brasileiro ressaltou a dificuldade que a categoria impõe a quem deseja entrar no ranking. Mas disse acreditar que, com uma vitória sobre James Krause, seu adversário no UFC Lincoln, neste sábado (25), pode conseguir uma vaga no top 15.

"Cara, a categoria está resumida em dez pessoas ali na frente. Mas a categoria tem uns 40 nomes muito duros e que ainda estão fora do top 15. Tem muita gente querendo entrar, muita gente brigando por espaço. Uma hora meu espaço vai chegar, e acredito que seja depois dessa luta. Se Deus quiser, saindo lá com a vitória, um top 15, top 10 seja o alvo ali. E é importante estar preparado para, quando a oportunidade chegar, a gente poder agarrar e não perder", analisou.

"Apesar de ser novo, eu já passei por muita coisa dentro do UFC. Tive meus altos e meus baixos e tô amadurecendo ainda. Tenho muita coisa como atleta para amadurecer. Quem vai vir daqui pra frente... O que mais me importa é James Krause. Tenho um encontro com ele sábado e a gente tem que resolver alguns problemas. E se Deus quiser vou sair de lá com a mão levantada. É isso que me joga para frente. Depois eu penso o depois", avaliou.

Warlley tem 27 anos e 14 lutas em seu cartel profissional. No Ultimate, foram seis vitórias e apenas as duas derrotas citadas. Se vencer Krause, o brasileiro emendará o terceiro triunfo consecutivo.