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Kevin Lee chama lutadores de "medrosos" por aceitarem corte de peso brutal: "Estão esperando alguém morrer"

Ag. Fight

24/07/2018 11h43

Ex-desafiante ao título interino dos leves (70 kg), Kevin Lee tem atacado regularmente a atual configuração das categorias do UFC. E, em entrevista ao programa 'The MMA Hour', na última segunda-feira (23), ele mostrou indignação por estar isolado nas críticas a uma situação que outros atletas também enfrentam.

A divisão leve é uma das mais populosas do Ultimate, o que tem servido de argumento para o fato de que há espaço para mais uma categoria entre ela e a meio-médio (77 kg). De acordo com Lee, não há razão para que nada tenha sido feito a  fim de amenizar os efeitos do corte de peso.

"Todo mundo sabe que esta coisa do corte de peso é um problema, mas ninguém vem com nenhuma p**** de solução. Todo mundo está meio que esperando alguém morrer. E não acho que esta é a coisa certa a fazer. Acho que você precisa dar pelo menos um passo na direção certa e ver como as coisas acontecem. Não há desvantagem nisso", falou.

Lee citou a adoção pelo UFC da divisão superleve (75,8 kg) como uma forma de mitigar a atual situação. Segundo o americano, outra possibilidade seria aumentar o limite dos meio-médios para 79 kg.

"A maioria das pessoas, especialmente pesos-leves que eu conversei, todos eles querem. Somos todos mais ou menos do mesmo tamanho. Muitos deles pesam 84 kg, 86 kg... Todos nós estamos fazendo a mesma coisa ao lutar um contra o outro. Não faz sentido. Se podemos fazer as coisas de maneira um pouco mais segura e justa, é disso que eu estou falando: uma situação justa para entrar lá e competir com alguém sem ter que me matar para fazer isso", afirmou.

"Há muitos caras, muito talento. O talento está lá. É a mesma coisa que disseram sobre acrescentar a categoria mosca (57 kg) para as mulheres: vai levar algum tempo para construi-la, mas acho que neste caso vai ser mais fácil, porque você tem muitos caras entre as categorias que passarão a poder preenchê-la", completou.

Kevin citou também o corte de peso da luta contra Tony Ferguson, em outubro do ano passado, e declarou que quase morreu no processo, uma vez que tinha de perder uma libra a mais para disputar o cinturão. Recentemente, Michael Chiesa também relatou situação parecida. E Uriah Hall, companheiro de treino de Lee, protagonizou caso semelhante em janeiro.

"Uriah Hall, com quem eu treino, teve uma convulsão cortando peso para lutar. E foi meio que jogado para baixo do tapete. 'Ah, ele estava fazendo porque queria'. O cara teve uma convulsão se preparando para uma luta. Não é brincadeira. É mais sério do que as pessoas percebem. E é a minha saúde na berlinda também. Se tudo o que eu posso fazer é tomar a frente, falar sobre o assunto e fazer algumas mudanças acontecerem, é o que eu vou fazer. Mas o resto desses filhos da p*** é medroso demais. Eles não vão fazer isso, porque não querem tomar a frente e falarem o que realmente sentem", criticou.

Nas últimas sete lutas, Lee perdeu apenas para Ferguson, justamente aquele confronto para o qual teve, segundo ele, o pior corte de peso. Atualmente, Kevin é o quinto colocado na divisão dos leves.