Topo

McGregor não foi punido por trazer muito dinheiro ao UFC, diz comentarista

Conor McGregor ainda traz muito dinheiro ao UFC, reafirma Joe Rogan - Getty Images
Conor McGregor ainda traz muito dinheiro ao UFC, reafirma Joe Rogan Imagem: Getty Images

Ag. Fight

24/04/2018 12h07

Dezenove dias se passaram desde que Conor McGregor causou uma enorme confusão no UFC 223 e cancelou, sozinho, três lutas do evento. De lá para cá, não houve qualquer definição da organização em relação a punir o irlandês, e, para o comentarista do próprio Ultimate, Joe Rogan, quem espera uma sanção a McGregor vai se decepcionar, já que a quantidade de dinheiro que o evento ganha com o lutador impede uma queda de braço mais pesada.

Na antevéspera do UFC 223, o ex-campeão dos leves (70 kg) e dos penas (66 kg) invadiu os bastidores da área de entrevistas supostamente atrás de Khabib Nurmagomedov, que havia discutido com o russo Artem Lobov, companheiro de treinos e amigo de McGregor, em um hotel em Nova York. O irlandês, então, passou a atirar objetos em um ônibus onde estavam parte dos atletas. O ataque, que quebrou janelas do veículo, feriu o peso-mosca (57 kg) Ray Borg e o leve Michael Chiesa, que acabaram excluídos do evento por recomendação médica. Lobov, por sua vez, foi retirado do card por ter participado da invasão.

Para Rogan, nada de punitivo foi feito contra Conor por um único motivo: perdê-lo resultaria em um grande prejuízo. "Ele continua ferrando tudo e ninguém diz: 'Livre-se dele'. Ele vale muito dinheiro. É impressionante. Imagine se Ray Borg e ele estivessem em lados opostos. Se Ray Borg chegasse com seus amigos, começasse a gritar e jogasse um carrinho de câmera na janela, acabou para sempre. Lembre de Paul Daley. Ele deve estar em casa xingando Dana White", declarou, durante uma edição do seu podcast.

O comentarista do Ultimate se refere a um combate em 2010 entre Daley e Josh Koscheck. Na ocasião, Paul, frustrado por ter sido anulado pelo wrestler americano por três rounds, deu um soco no adversário depois de o gongo soar encerrando o confronto. Josh conseguiu se defender, mas a tentativa de agressão resultou no banimento do britânico. Segundo Joe, o atleta - hoje no Bellator - agora tem motivos para se revoltar. "Há muito dinheiro a ser feito . Este é o problema. As regras foram alteradas. Tudo o que Paul Daley fez foi dar um soco em Josh Koscheck depois que a luta terminou. Nem acertou! Aquilo poderia ter sido resolvido", falou.

Rogan, que está no UFC desde 1997, entende que a organização não hesitará em marcar uma nova luta para McGregor se tiver oportunidade. "Há um patamar em que você é tão valioso... Se Conor fizer uma luta no pay-per-view, sobretudo se fizerem toda aquela loucura que fizeram para a luta de boxe contra Floyd Mayweather , eles vão simplesmente fazer dinheiro. Imprimir dinheiro. Fica muito difícil para eles não aceitar aquele dinheiro", disse.

Por outro lado, o comentarista acredita que a Comissão Atlética de Nova York - estado que encerrou a proibição da prática do MMA em 2016, após 19 anos - não vai liberar Conor para um eventual combate em seu território. "Não acho que eles vão deixar aquele filho da p... lutar lá novamente. Eles não brincam. Aquela comissão é diferente. Eles são novos no MMA e aquilo foi constrangedor para eles", afirmou.

McGregor não luta pelo UFC desde novembro de 2016, quando - justamente em Nova York - derrotou Eddie Alvarez e conquistou o título dos leves, tornando-se o primeiro atleta a ter dois cinturões de categorias distintas da organização ao mesmo tempo. Desde então, fez uma luta de boxe contra Mayweather, da qual saiu derrotado, mas ajudou o canal americano de TV Showtime a obter a segunda maior venda de pay-per-view da história do país.