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Maradona, Zidane, Luis Suárez e mais: a seleção dos 'bad boys' das Copas

Zidane é expulso da final da Copa do Mundo de 2006 após dar cabeçada Materazzi - Eddy LEMAISTRE/Corbis via Getty Images
Zidane é expulso da final da Copa do Mundo de 2006 após dar cabeçada Materazzi Imagem: Eddy LEMAISTRE/Corbis via Getty Images

11/11/2022 20h57

Para brilhar em uma Copa do Mundo é necessário ter talento, com certeza, mas também um pouco de maldade, como é o caso de Harald Schumacher e Luis Suárez. Após 21 edições do torneio, diversos jogadores já protagonizaram momentos polêmicos em campo.

Se é possível pensar em uma seleção de 'bad boys' para montar um time de quem já atuou nos Mundiais, aqui vai uma convocação: Schumacher; De Jong, Materazzi, Bilic, Cannavaro e Boulahrouz; Roy Keane, Zidane e Maradona; Deco e Luis Suárez.

Confira o que esse time de atletas aprontou para estar nesta lista:

Schumacher e os dentes de Battiston

A Copa do Mundo de 1982 viu cenas lamentáveis em campo. Ou melhor, os dentes do zagueiro francês Patrick Battiston, que foi brutalmente golpeado dentro da área pelo goleiro alemão Harald Schumacher, na semifinal da Copa do Mundo de 1982.

Naquela ocasião, Alemanha e França empataram por 3 a 3 no tempo regulamentar e os alemães levaram a melhor na disputa de pênaltis por 5 a 4. Schumacher, que sequer foi penalizado com uma falta, permaneceu no gol defendendo penalidades dos franceses, mas perdeu duas finais consecutivas. Contra a Itália, por 3 a 1, naquela Copa, e na posterior, em 1986, no México, dessa vez por 3 a 2 diante da Argentina de Maradona.

Boulahrouz, Deco e 'a batalha de Nuremberg'

Os jogadores Khalid Boulahrouz, vestindo a camisa laranja para a Holanda, e Deco, com o uniforme vinho de Portugal, simbolizaram a terrível "Batalha de Nuremberg" nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2006. O evento é impróprio para menores por suas imagens violentas. Naquele dia, o árbitro russo Valentin Ivanov distribuiu um recorde de 16 cartões amarelos e quatro vermelhos.

Boulahrouz recebeu um cartão amarelo por dar uma pancada na coxa do então jovem Cristiano Ronaldo (7), e outro por uma cotovelada no rosto de Luis Figo (63).

Por Portugal, Deco recebeu cartão amarelo após dar uma entrada dura em John Heitinga (73) e por agarrar a bola com a mão na frente de Philipp Cocu (79), antes de ser jogado ao chão.

'Karatê Kid' De Jong

Nigel De Jong não é campeão mundial, mas ficou mundialmente famoso por um chute digno de artes marciais no peito de Xabi Alonso. O episódio aconteceu na final do Mundial de 2010 na África do Sul, quando a 'Laranja Mecânica' perdeu o título para a Espanha, por 1 a 0, na prorrogação.

O árbitro inglês Howard Webb somente concedeu um cartão amarelo para o holandês, mas a cena acabou marcando a história da partida em que a Holanda recebeu nove cartões amarelos e um vermelho para Johnny Heitinga, enquanto a Espanha viu cinco jogadores amarelados.

Materazzi-Cannavaro, dobradinha italiana

A zaga italiana composta por Marco Materazzi e Fabio Cannavaro foi destaque na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, até na vitória contra a França, que garantiu o tetracampeonato nos pênaltis após o empate por 1 a 1.

Materazzi conseguiu irritar o melhor jogador da França, Zinedine Zidane, que foi expulso por ter dado uma violenta cabeçada no peito do italiano na prorrogação. Cannavaro, por sua vez, impecável durante todo o torneio, acertou Thierry Henry com força no primeiro minuto da partida, sem ao menos receber um cartão amarelo.

Bilic e uma atuação de Oscar

A atuação do croata Slaven Bilic na semifinal da Copa de 1998 foi digna de uma premiação do Oscar. Atingido no rosto por Laurent Blanc na partida entre França e Croácia, ele caiu em campo segurando o rosto e gerou um cartão vermelho para o zagueiro francês, que posteriormente ficaria fora da disputa do título contra o Brasil.

Mesmo com dez em campo, os 'Bleus' venceram a Croácia por 2 a 1 nas semifinais e se sagraram campeões ao vencerem a seleção brasileira por 3 a 0 na decisão.

As palavras de Roy Keane

O irlandês Roy Keane figurou nas principais crônicas esportivas por suas atuações e falas polêmicas, incluindo o ato intencional que gerou a ruptura de ligamentos de Alf-Inge Haaland, que custou a carreira profissional do pai de Erling Haaland.

Keane entrou para a história das Copas do Mundo por sua autoexclusão na edição de 2002 ao insultar seu técnico Mick McCarthy. O jogador, mais tarde, explicou o que disse ao treinador: "Você era um jogador de merd*, é ainda pior como treinador, seu idiota, seu técnico de merd*. Fod**-** você e sua Copa do Mundo!".

A cabeçada de Zidane

O francês Zinédine Zidane encantou o mundo com sua forma de jogar futebol, mas, alcançou, também, a marca de maior número de expulsões em Copas do Mundo junto do camaronês Rigobert Song (em 1994 e 1998).

Na edição de 1998, na França, 'Zizou' pisou no saudita Fuad Amin no segundo jogo da seleção francesa na fase de grupos do torneio e foi suspenso por dois jogos.

Já na Alemanha, em 2006, deixou seu time com dez na final contra a Itália devido a uma cabeçada no peito de Materazzi na prorrogação, no que foi o último ato de sua carreira como jogador de futebol.

O diabólico Maradona

Diego Maradona era um gênio, mas bom e mau ao mesmo tempo... Em 1986, ele abriu o placar para a Argentina com a mão mais famosa da história do futebol, que instantaneamente se autodenominou "a mão de Deus". Mas sua expulsão contra o Brasil quatro anos antes ficou registrada em sua polêmica história.

Na ocasião, o argentino deu um chute nas partes íntimas do brasileiro Batista, na partida da segunda fase da Copa do Mundo de 1982, e levou um cartão vermelho nos últimos minutos de jogo, o que não evitou a derrota dos 'hermanos' por 3 a 1 para a seleção brasileira.

Suárez, com unhas e dentes

Luiz Suárez protagonizou dois episódios marcantes na história dos Mundiais.

O primeiro deles foi em 2010, na África do Sul, com sua mão intencional. Uma verdadeira 'defesa' de goleiro que impediu o gol de Gana no último minuto da prorrogação e que lhe rendeu um merecido cartão vermelho, mas classificou o Uruguai para as semifinais, já que a seleção adversária perdeu na disputa de pênaltis.

O segundo incidente veio quatro anos mais tarde, com a mordida no ombro do italiano Giorgio Chiellini. Mas o 'El Pistolero' saiu impune da partida decisiva contra a Itália, vencida por 1 a 0 pela 'Celeste' graças a um gol de Diego Godín.

Suárez posteriormente foi punido com nove jogos de suspensão pela seleção uruguaia e quatro meses de exclusão do futebol.