Austrália tampouco enviará representantes diplomáticos aos Jogos de Pequim

Sydney, 8 dez 2021 (AFP) - A Austrália tampouco enviará representantes oficiais aos próximos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim-2022, informou nesta quarta-feira (noite de terça, 7, no Brasil) o primeiro-ministro Scott Morrison, unindo-se ao boicote diplomático dos Estados Unidos a este evento.

"A Austrália não se afastará da firme posição em defesa dos interesses da Austrália e obviamente não é nenhuma surpresa que não enviaremos representantes australianos para estes Jogos", afirmou Morrison, cujo governo mantém fortes tensões com Pequim.

O primeiro-ministro explicou a decisão pelos "desacordos" com a China sobre uma série de questões, entre elas as leis australianas contra a interferência estrangeira e a recente compra de submarinos de propulsão nuclear.

A Austrália segue, assim, os passos dos Estados Unidos, que anunciaram na segunda-feira um boicote aos Jogos de Pequim, provocando a indignação das autoridades chinesas.

A ação não afeta a competição, nem impede a participação dos atletas destes países.

Washington justificou sua decisão pela situação dos direitos humanos no país, especialmente na região de Xinjiang, onde garantem que ocorre um "genocídio" contra a minoria uigur.

Morrison também citou as violações dos direitos humanos em Xinjiang e a falta de vontade de Pequim em se reunir com autoridades australianas como razões para sua decisão.

Nos últimos dois anos, a China impôs uma série de sanções à importação de bens australianos em meio a uma intensa disputa política que congelou os contatos ministeriais entre os dois países.

A Austrália, por sua vez, busca legislar contra a influência estrangeira para vetar a Huawei dos contratos de 5G e pediu uma intervenção independente sobre a origem da pandemia do coronavírus.

Recentemente, assinou uma importante aliança militar com os Estados Unidos e o Reino Unido, que dotará Camberra com submarinos de propulsão nuclear americanos.

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