Justiça envia para julgamento ex-presidente do Barcelona em caso que envolve CBF
Madri, 29 Jun 2018 (AFP) - A Audiência Nacional espanhola anunciou nesta sexta-feira (29) a acusação por suspeita de lavagem de dinheiro e por integrar uma organização criminosa do ex-presidente do FC Barcelona Sandro Rosell, acusado de se apropriar de fundos dos direitos de televisão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
"Os investigados integravam uma organização criminosa, através da qual se apropriaram de fundos da CBF pelos direitos de exibição das partidas de sua seleção, assim como de valores procedentes do contrato de patrocínio da empresa NIKE com a seleção brasileira", afirmou o tribunal em um comunicado.
Ao lado de Rosell, em prisão preventiva desde maio de 2017 por este caso, a juíza de instrução Carmen Lamela também processou sua esposa, um advogado de Andorra e mais três pessoas que, caso os recursos sejam rejeitados, serão julgadas.
A magistrada suspeita de que Rosell e o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira tenham recebido quase 15 milhões de euros de um contrato pelos direitos televisivos dos jogos da Seleção com um grupo saudita.
O contrato foi assinado em 2006 para vender os direitos de exibição de 24 amistosos da seleção brasileira a uma empresa com sede nas Ilhas Cayman, mas vinculada ao grupo saudita Dallah Albaraka, que pagou as comissões.
"Ricardo Terra Teixeira teria recebido um total de 8.393.328 de euros, e Alexandre Rosell Feliu, 6.850.000, em ambos os casos sem o conhecimento da CBF e em seu prejuízo", afirmou a juíza Lamela no processo.
- Contrato entre CBF e Nike sob suspeita -Também está sob suspeita o contrato de patrocínio entre a seleção brasileira e a Nike, multinacional para a qual Rossel trabalhou como diretor no Brasil em uma época na qual estabeleceu muitos contatos.
Segundo a juíza, cinco milhões de euros vinculados a este contrato foram depositados em espécie em uma conta em Andorra vinculada ao ex-presidente do Barça. Ele alegou que o dinheiro foi usado para devolver um empréstimo a Teixeira.
No processo, Lamela afirma, porém, que "Rosell recebeu dinheiro da Nike relacionado ao patrocínio da seleção de futebol do Brasil por intermediar entre as duas partes e que acabou nas mãos de Ricardo Terra Teixeira".
Para ela, o suposto empréstimo de Teixeira a Rosell "estava relacionado com uma suposta renda ilícita" obtida pelo ex-dirigente do futebol brasileiro, que renunciou em 2012 em meio a várias suspeitas de corrupção.
O dinheiro era canalizado por meio de uma complexa estrutura empresarial por Rosell e um suposto testa de ferro "em benefício de todos eles, principalmente de Ricardo Terra Teixeira e também de Jérôme Valcke", ex-número dois da FIFA investigado por corrupção.
A juíza descreve diversas movimentações financeiras através de uma complexa rede empresarial com sociedades no Panamá, Ilhas Cayman, Estados Unidos, Andorra, ou Líbano, com o objetivo de lavar o dinheiro supostamente ilícito.
Considerado no passado um empresário esportivo de sucesso, a imagem de Rosell foi abalada nos últimos anos por seus problemas judiciais.
Sua experiência profissional e seu conhecimento do mercado brasileiro o levaram a ser vice-presidente do FC Barcelona entre 2003 e 2005, durante o mandato de Joan Laporta, que mais tarde se tornou seu inimigo.
Em julho de 2010, foi eleito presidente do Barça, mas renunciou ao cargo em janeiro de 2014, depois de ser acusado de suspeita de fraude fiscal na conturbada contratação de Neymar em 2013.
Rosell conseguiu se livrar do processo após um acordo entre a direção do clube e a Justiça para que a culpa fosse assumida pelo Barcelona como pessoa jurídica.
Mas o ex-presidente tem outro julgamento pendente, resultado de uma ação do fundo brasileiro DIS, antigo proprietário de parte dos direitos de Neymar, que se sentiu prejudicado pela operação.
No banco dos réus, será acompanhado por Neymar, os pais do atacante, o atual presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, e pelo ex-presidente do Santos Odilio Rodrigues Filho.
bur-dbh/avl/jz/fp/tt
"Os investigados integravam uma organização criminosa, através da qual se apropriaram de fundos da CBF pelos direitos de exibição das partidas de sua seleção, assim como de valores procedentes do contrato de patrocínio da empresa NIKE com a seleção brasileira", afirmou o tribunal em um comunicado.
Ao lado de Rosell, em prisão preventiva desde maio de 2017 por este caso, a juíza de instrução Carmen Lamela também processou sua esposa, um advogado de Andorra e mais três pessoas que, caso os recursos sejam rejeitados, serão julgadas.
A magistrada suspeita de que Rosell e o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira tenham recebido quase 15 milhões de euros de um contrato pelos direitos televisivos dos jogos da Seleção com um grupo saudita.
O contrato foi assinado em 2006 para vender os direitos de exibição de 24 amistosos da seleção brasileira a uma empresa com sede nas Ilhas Cayman, mas vinculada ao grupo saudita Dallah Albaraka, que pagou as comissões.
"Ricardo Terra Teixeira teria recebido um total de 8.393.328 de euros, e Alexandre Rosell Feliu, 6.850.000, em ambos os casos sem o conhecimento da CBF e em seu prejuízo", afirmou a juíza Lamela no processo.
- Contrato entre CBF e Nike sob suspeita -Também está sob suspeita o contrato de patrocínio entre a seleção brasileira e a Nike, multinacional para a qual Rossel trabalhou como diretor no Brasil em uma época na qual estabeleceu muitos contatos.
Segundo a juíza, cinco milhões de euros vinculados a este contrato foram depositados em espécie em uma conta em Andorra vinculada ao ex-presidente do Barça. Ele alegou que o dinheiro foi usado para devolver um empréstimo a Teixeira.
No processo, Lamela afirma, porém, que "Rosell recebeu dinheiro da Nike relacionado ao patrocínio da seleção de futebol do Brasil por intermediar entre as duas partes e que acabou nas mãos de Ricardo Terra Teixeira".
Para ela, o suposto empréstimo de Teixeira a Rosell "estava relacionado com uma suposta renda ilícita" obtida pelo ex-dirigente do futebol brasileiro, que renunciou em 2012 em meio a várias suspeitas de corrupção.
O dinheiro era canalizado por meio de uma complexa estrutura empresarial por Rosell e um suposto testa de ferro "em benefício de todos eles, principalmente de Ricardo Terra Teixeira e também de Jérôme Valcke", ex-número dois da FIFA investigado por corrupção.
A juíza descreve diversas movimentações financeiras através de uma complexa rede empresarial com sociedades no Panamá, Ilhas Cayman, Estados Unidos, Andorra, ou Líbano, com o objetivo de lavar o dinheiro supostamente ilícito.
Considerado no passado um empresário esportivo de sucesso, a imagem de Rosell foi abalada nos últimos anos por seus problemas judiciais.
Sua experiência profissional e seu conhecimento do mercado brasileiro o levaram a ser vice-presidente do FC Barcelona entre 2003 e 2005, durante o mandato de Joan Laporta, que mais tarde se tornou seu inimigo.
Em julho de 2010, foi eleito presidente do Barça, mas renunciou ao cargo em janeiro de 2014, depois de ser acusado de suspeita de fraude fiscal na conturbada contratação de Neymar em 2013.
Rosell conseguiu se livrar do processo após um acordo entre a direção do clube e a Justiça para que a culpa fosse assumida pelo Barcelona como pessoa jurídica.
Mas o ex-presidente tem outro julgamento pendente, resultado de uma ação do fundo brasileiro DIS, antigo proprietário de parte dos direitos de Neymar, que se sentiu prejudicado pela operação.
No banco dos réus, será acompanhado por Neymar, os pais do atacante, o atual presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, e pelo ex-presidente do Santos Odilio Rodrigues Filho.
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