Futebol alemão entre uma possível revolução e a cautela
Moscou, 28 Jun 2018 (AFP) - Muitos comentários na Alemanha coincidiam em pedir mudanças no futebol do país após a eliminação na Copa do Mundo, mas os jogadores e especialistas são cautelosos sobre a questão do técnico, com a maioria apoiando a permanência de Joachim Löw no comando da equipe.
Após a chega à Frankfurt, nesta quinta-feira, Löw não tirou a incógnita sobre sua continuidade.
"Leva um tempo para digerir tudo. O time não mostrou o que pode fazer normalmente e eu, como treinador, sou responsável. Tenho que me perguntar evidentemente porque não triunfamos", declarou o técnico aos jornalistas no aeroporto".
O presidente da Federação (DFB), Reinhard Greidel, falou da necessidade de "mudanças profundas" e deu prazo até a próxima semana para que Löw manifeste seus planos de futuro.
"As mudanças sempre acontecem após as competições. Qual será a amplitude dessas mudanças agora? Não faço a menor ideia", admitiu Toni Kroos em Kazan, depois da derrota por 2 a 0 para a Coreia do Sul.
A capacidade para analisar as catástrofes e os fracassos para extrair lições é uma característica cultural na Alemanha.
A eliminação na primeira fase da Eurocopa-2004 deu início a uma autêntica revolução: Jürgen Klinsmann assumiu o cargo de técnico da Alemanha e mudou toda a equipe, trazendo ideias inovadoras sobre formação, tática, preparação física e mental dos jogadores da Mannschaft.
Löw, que era seu assistente na época, seguiu essa linha em 2006 e, desde então, a Alemanha chegou pelo menos às semifinais de todos os grandes torneios, uma sequência encerrada na Rússia.
O título mundial de 2014 serve para mitigar as conclusões precipitadas sobre o papel de Löw nesse fracasso, e os jogadores parecem apoiar o treinador.
"Todos estamos convencidos com sua maneira de atuar", declarou Thomas Muller. "É o técnico que nos convém", concordou Julian Draxler, enquanto Joshua Kimmich garantia que Löw "tem que continuar".
O presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Reinhard Grindel, havia assumido o risco de confirmar seu técnico no cargo poucas horas antes da partida contra os sul-coreanos: "Antes da Copa, decidimos renovar o contrato de Joachim Löw (até 2022) porque pensamos que ninguém melhor do que ele pode liderar a reconstrução que será indispensável depois da Copa, aconteça o que acontecer".
Em pleno choque pós-eliminação, Löw deixou a porta aberta a todas as opções em relação a seu futuro: "É cedo demais para responder, preciso de algumas horas para enxergar com mais clareza. A decepção é muito profunda. Vamos conversar e veremos como seguir".
- Uma questão de idade -As críticas também recaem nos jogadores, com uma "Geração Dourada" que alcançou o céu em 2014, mas se vê no inferno quatro anos depois.
"É preciso uma renovação profunda agora", afirma o ex-jogador Uli Stein. "É preciso apostar em jogadores jovens, que tenham fome e motivação, porque os jogadores já acomodados decepcionaram", continuou.
O problema é que alguns dos pesos pesados da velha geração ainda têm vários anos de carreira pela frente: Toni Kroos e Thomas Muller tem 28 anos, enquanto Mats Hummels, Mesut Ozil e Jerome Boateng tem 29.
"Não vou anunciar minha aposentadoria da seleção na minha idade", já adiantou na quarta-feira Muller.
Löw, antes da Copa da Rússia, havia refletido sobre a Mannschaft do futuro: "Está chegando uma nova geração. Em quatro anos, jogadores como Kimmich, (Timo) Werner, (Leroy) Sané, (Niklas) Süle, (Julian) Brandt e (Leon) Goretzka estarão em seu auge. Para mim é uma grande motivação".
Mas, nesse plano, Löw esperava que os jovens pudessem aprender dos mais velhos.
Agora, é preciso decidir se o revezamento geracional será acelerado, já pensando nas partidas contra Holanda e França pela recém-criada Liga das Nações, entre setembro e novembro.
Resta saber se, nessas partidas, Löw estará no comando.
Após a chega à Frankfurt, nesta quinta-feira, Löw não tirou a incógnita sobre sua continuidade.
"Leva um tempo para digerir tudo. O time não mostrou o que pode fazer normalmente e eu, como treinador, sou responsável. Tenho que me perguntar evidentemente porque não triunfamos", declarou o técnico aos jornalistas no aeroporto".
O presidente da Federação (DFB), Reinhard Greidel, falou da necessidade de "mudanças profundas" e deu prazo até a próxima semana para que Löw manifeste seus planos de futuro.
"As mudanças sempre acontecem após as competições. Qual será a amplitude dessas mudanças agora? Não faço a menor ideia", admitiu Toni Kroos em Kazan, depois da derrota por 2 a 0 para a Coreia do Sul.
A capacidade para analisar as catástrofes e os fracassos para extrair lições é uma característica cultural na Alemanha.
A eliminação na primeira fase da Eurocopa-2004 deu início a uma autêntica revolução: Jürgen Klinsmann assumiu o cargo de técnico da Alemanha e mudou toda a equipe, trazendo ideias inovadoras sobre formação, tática, preparação física e mental dos jogadores da Mannschaft.
Löw, que era seu assistente na época, seguiu essa linha em 2006 e, desde então, a Alemanha chegou pelo menos às semifinais de todos os grandes torneios, uma sequência encerrada na Rússia.
O título mundial de 2014 serve para mitigar as conclusões precipitadas sobre o papel de Löw nesse fracasso, e os jogadores parecem apoiar o treinador.
"Todos estamos convencidos com sua maneira de atuar", declarou Thomas Muller. "É o técnico que nos convém", concordou Julian Draxler, enquanto Joshua Kimmich garantia que Löw "tem que continuar".
O presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Reinhard Grindel, havia assumido o risco de confirmar seu técnico no cargo poucas horas antes da partida contra os sul-coreanos: "Antes da Copa, decidimos renovar o contrato de Joachim Löw (até 2022) porque pensamos que ninguém melhor do que ele pode liderar a reconstrução que será indispensável depois da Copa, aconteça o que acontecer".
Em pleno choque pós-eliminação, Löw deixou a porta aberta a todas as opções em relação a seu futuro: "É cedo demais para responder, preciso de algumas horas para enxergar com mais clareza. A decepção é muito profunda. Vamos conversar e veremos como seguir".
- Uma questão de idade -As críticas também recaem nos jogadores, com uma "Geração Dourada" que alcançou o céu em 2014, mas se vê no inferno quatro anos depois.
"É preciso uma renovação profunda agora", afirma o ex-jogador Uli Stein. "É preciso apostar em jogadores jovens, que tenham fome e motivação, porque os jogadores já acomodados decepcionaram", continuou.
O problema é que alguns dos pesos pesados da velha geração ainda têm vários anos de carreira pela frente: Toni Kroos e Thomas Muller tem 28 anos, enquanto Mats Hummels, Mesut Ozil e Jerome Boateng tem 29.
"Não vou anunciar minha aposentadoria da seleção na minha idade", já adiantou na quarta-feira Muller.
Löw, antes da Copa da Rússia, havia refletido sobre a Mannschaft do futuro: "Está chegando uma nova geração. Em quatro anos, jogadores como Kimmich, (Timo) Werner, (Leroy) Sané, (Niklas) Süle, (Julian) Brandt e (Leon) Goretzka estarão em seu auge. Para mim é uma grande motivação".
Mas, nesse plano, Löw esperava que os jovens pudessem aprender dos mais velhos.
Agora, é preciso decidir se o revezamento geracional será acelerado, já pensando nas partidas contra Holanda e França pela recém-criada Liga das Nações, entre setembro e novembro.
Resta saber se, nessas partidas, Löw estará no comando.
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