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O mundo do futebol se solidariza com Ranieri

24/02/2017 16h04

Londres, 24 Fev 2017 (AFP) - O mundo do futebol se solidarizou com o treinador italiano Claudio Ranieri nesta sexta-feira, depois do Leicester despedir o responsável pelo único título inglês da equipe, nove meses depois da façanha.

O treinador quebrou o silêncio e falou que foi um golpe duro na carreira. "Depois da euforia da temporada passada e de ganhar o título da Premier League, meu sonho era continuar pra sempre no Leicester, clube que eu amo. Mas isso não vai acontecer, meu sonho morreu ontem".

Fazendo coro com o companheiro de profissão, o português José Mourinho apareceu com um casaco de treinamento do Manchester United com as iniciais CR, em homenagem ao italiano, em vez da JM de costume.

- Treinadores com Ranieri -"É uma pequena homenagem a quem escreveu a página mais bonita da Premier League. Alguém que merecia o nome do estádio do Leicester", demitido assim.

"Campeão da Inglaterra e nomeado treinador do ano pela Fifa. Despedido. Esse é o futebol moderno. Ninguém pode apagar a história que você escreveu", acrescentou Mourinho.

O anúncio da saída do Leicester provocou muitas reações, como a do ex-jogador Gary Lineker, estrela dos Foxes.

"Chorei ontem por Claudio, pelo futebol e pelo clube. Por mim, pelos torcedores que amam esse esporte", falou Lineker. O jogador avaliou a demissão como repugnante.

O compatriota Roberto Mancini, candidato para substituir Raniero na equipe, também lamentou a situação.

"Sinto por meu amigo Ranieri. Vai ficar na história do Leicester e no coração dos torcedores e amantes do futebol", escreveu Mancini no Twitter.

O treinador alemão Jurgen Klopp considerou Ranieri como "uma pessoa verdadeiramente especial no mundo do futebol, um homem realmente simpático".

"Realmente não entendo porque os proprietários fizeram isso", se perguntou Klopp.

Antonio Conte, do Chelsea, expressou a tristeza pelo amigo, "que é um grande homem e um super técnico".

O treinador da Roma, Luciano Spalletti criticou duramente a decisão: "não veem que é ele o responsável pela alquimia do time e do vestiário para o time ganhar o campeonato?".

"É um bonito trabalho o de técnico. Sempre somos nós quem vamos embora. Já viram algum presidente ou jogador sair antes do fim da temporada?", acrescentou Spalletti.

O treinador quebrou o silêncio e falou que foi um golpe duro na carreira.

"Depois da euforia da temporada passada e de ganhar o título da Premier League, meu sonho era continuar pra sempre no Leicester, clube que eu amo. Mas isso não vai acontecer, meu conho morreu ontem".

- A lógica financeira -A demissão pôs fim à bela história de superação apenas nove meses depois da façanha improvável dos Foxes.

Mas com a sequência de maus resultados, eliminações e a possibilidade de cair para a segunda divisão inglesa abriram os olhos dos proprietários do clube.

Caso o time seja rebaixado, o Leicester pode perder até 120 milhões de euros por conta de direitos televisivos, o que fez os mandatários botarem os pés no chão e tomarem a fria decisão de mandar o ídolo embora.

Com os direitos de TV que chegam aos 2 bilhões por temporada, na Premier League, cada uma das equipes recebe 120 milhões. As equipes da segunda divisão recebem aproximadamente 3,5 milhões.

"O rebaixamento seria um desastre", revelou o ex-goleiro da equipe, Peter Shilton, um dos poucos favoráveis à decisão dos dirigentes.

A equipe tem muitos seguidores na Ásia e jogar na segunda divisão diminuiria o interesse das partidas. Imagine um jogo entre Leicester e Burton, em vez de rivais como Manchester United ou Chelsea.

Em comunicado, o vice-presidente Aiyawatt Srivaddhanaprabha colocou o interesse do clube na balança: "nunca pensamos que os êxitos fossem se repetir e o que queríamos era permanecer na elite. Mas o objetivo ficou perigoso, e precisamos reagir nos 13 jogos que faltam".

"Esta foi a decisão mais difícil que tivemos nos últimos sete anos, mas precisamos colocar os interesses do clube acima de qualquer sentimento pessoal", acrescentou Aiyawatt.

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