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Três ex-ginastas dos EUA acusam médico de abuso sexual

Becky Shink/Lansing State Journal/AP
Imagem: Becky Shink/Lansing State Journal/AP

18/02/2017 01h20

Três ex-integrantes da equipe de ginástica feminina dos Estados Unidos acusaram um médico do grupo de cometer abuso sexual e pedofilia - anunciou a emissora de televisão CBS, que exibirá a matéria com a denúncia no programa "60 Minutes" deste domingo (19).

Segundo trechos divulgados, as três jovens - uma delas ganhadora de medalha olímpica - contaram terem sido abusadas pelo médico Lawrence Nassar, que fez parte equipe da seleção americana até 2016.

"Começou a me massagear e me pediu que tirasse a roupa de baixo, enquanto dava massagens, perto das minhas partes íntimas (...) Eu estava muito consciente de que havia algo estranho, mas não podia dizer nada porque era um médico muito famoso", declarou Jessica Howard, que integrou a equipe de ginástica rítmica dos Estados Unidos entre 1999 e 2001.

"Lembro que não estava confortável por causa da parte do meu corpo [massageada pelo médico], mas pensei 'se me ajuda, estou pronta para qualquer coisa' (...) e não me queixei", relatou Jeanette Antolín, que foi da equipe de ginástica artística entre 1995 e 2000.

O advogado das três jovens, John Manly, que também representa mais de 40 demandantes, disse que uma delas tinha nove anos quando foi sexualmente abusada pelo doutor Nassar.

"Pelo menos 60 pessoas já testemunharam (...) Mas, segundo minhas estimativas, os casos podem passar de centenas" e remontam a 1996, disse o advogado.

Nassar, de 53 anos, compareceu nesta sexta em outro caso da mesma natureza em um tribunal de Mason, Michigan, por abuso sexual da filha de amigos, de seis anos.

Em dezembro, a ex-jogadora de softball da Universidade de Michigan Tiffany López entrou com uma denúncia por assédio sexual, quando foi estudante dele no final de 1990.

Um juiz federal também havia ordenado, em outro caso, que Lawrence Nassar fosse detido sem possibilidade de fiança, de acordo com o testemunho de um oficial do FBI (a Polícia Federal americana). O agente encontrou pelo menos 37.000 fotos e vídeos de pornografia infantil no disco rígido do computador do médico.