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Céu para Unai Emery, inferno para Luis Enrique

15/02/2017 13h42

Barcelona, 15 Fev 2017 (AFP) - Os técnicos Luis Enrique e Unai Emery estão vivendo fases completamente opostas, depois da goleada de 4 a 0 que o Paris Saint-Germain aplicou sobre o Barcelona, na última terça-feira (14).

O treinador do Barça está prestes a cair nas oitavas de final da Liga dos Campeões, a mais precoce eliminação dos últimos 10 anos. A imprensa global criticou a forma de jogar da equipe, que depende do trio MSN e foi engolido por um PSG em grande noite. Luis Enrique não escapou de alfinetadas dos próprios comandados, como Sergio Busquets.

Já Emery saiu muito fortalecido da partida, depois de contagiar a equipe e impor o ritmo do jogo durante os 90 minutos. As escolhas táticas do treinador não deram chances para os catalães tocarem a bola de maneira efetiva e o time foi muito ofensivo, chegando ao gol do alemão Ter Stegen em 10 oportunidades.

Unai era perseguido por analistas, que o acusavam de fragilizar a gestão do time de Paris e não tratar o recém contratado Hatem Ben Arfa da maneira correta. Mas os céticos tiveram que se calar diante da melhor atuação dos parisienses, desde a compra do clube pelo xeique do Catar.

- Inferno para Luis Enrique -A dura derrota e a possível eliminação levanta dúvidas sobre a continuidade do treinador no comando dos catalães. O fim do contrato do técnico está previsto para o final desta temporada e o mau resultado pode evitar uma renovação, que já estava em questão.

No Campeonato Espanhol, o Barcelona também está aquém das expectativas e vê o rival Real Madrid liderar com a possibilidade de abrir grande vantagem. Os merengues tem dois jogos a menos.

"Foi uma noite terrível e nosso rival foi superior. Aceito toda a responsabilidade", reconheceu Luis Enrique depois da partida.

Busquets também revelou que o Barça foi inferior na partida contra o PSG: "não é questão de atitude, mas de futebol. Eles apertaram mais e estiveram melhor taticamente. Fizeram um plano e conseguiram aplicá-lo até o fim", afirmou o meia.

Nenhuma nas novas contratações tiveram impacto significativo para o Barça, que vê os líderes Gerard Piqué, Andrés Iniesta e Busquets envelhecerem e que depende do tridente formado pelo argentino Messi, o uruguaio Luis Suárez e Neymar.

O brasileiro acha que a virada "é quase impossível e que nunca vivenciou a situação" de ter que buscar um resultado perdendo por 4 a 0.

Para o jogo de volta, os culés precisariam vencer por 5 gols de diferença para se classificaram diretamente. Se vencerem pelos mesmos 4 a 0, o jogo vai para os pênaltis.

- Céu para Emery -Emery levou os créditos da noite não apenas pelo resultado, mas pela maneira como conduziu a equipe francesa diante das estrelas do Barcelona.

"Trabalhamos muito, a comissão técnica fez um trabalho excepcional e prepararam muito esse jogo", indicou o meia Blaise Matuidi depois da vitória. "Trabalhamos taticamente, tentando aplicar o que os técnicos pediram e isso deu resultado", comemorou.

Antes de chegar à Paris, o espanhol foi tricampeão da Europa League nas últimas três temporadas, com o Sevilla. Mesmo com o retrospecto ruim contra os catalães - apenas uma vitória em 23 jogos anteriores - Emery colocou o time para a frente e foi melhor durante toda partida.

"O xeque o contratou para isso. O que não conseguiram nem Carlo Ancelotti nem Laurent Blanc. Unai já acaricia com os dedos a eliminação do Barça de Messi", afirmou o jornal madrilenho Marca.

O jornal italiano La Gazzeta destaca a "obra prima tática de Emery".

A vitória pode dar ânimos para a equipe avançar na competição. Nas últimas duas vezes que o PSG enfrentou o Barcelona na Champions e esquipe espanhola saiu vencedora. Parece que em 2017 a história vai ser um pouco diferente.