Lanchas de corrida 'do futuro' têm tecnologia que será usada nas Olimpíadas

Os RaceBirds, lanchas elétricas de corrida de alta performance, fazem uso da mesma tecnologia que será usada por uma categoria nos Jogos Olímpicos de Paris-2024.

O que aconteceu

Os RaceBirds são equipados com hydrofoils, asas que, em contato com a água, levantam o casco do barco, que se locomove como se estivesse voando.

Essa é a mesma tecnologia da classe da vela, a iQFoil. A categoria fará sua estreia nas Olimpíadas de Paris, que acontece em julho.

"É exatamente o mesmo conceito, aerodinâmico — ou hidrodinâmico —, que o de um avião. Todos os ajustes que fazemos para dirigir são como os de uma aeronave. Então, o conceito e a ciência são muito similares", disse Josep Carbonell, engenheiro do E1 Team Brazil.

Um barco como RaceBird não é barato. Apesar de não se ter um valor exato para um veículo como este, Jeff Zaltman, treinador do Team Brazil, pontuou que a quantia fica entre 1 e 2 milhões de dólares (entre R$ 4,9 e 9,8 milhões, na cotação de hoje).

A E1 despertou o interesse de grandes personalidades do mundo esportivo, como Tom Brady, Rafael Nadal, Drogba e Sergio Pérez. Todos são donos de equipes na categoria.

O que mais os membros do Brazil Team disseram

É similar a carros elétricos?

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Josep: "É muito similar a um carro elétrico de corrida. Nós usamos uma grande bateria e ela pode ser recarregada no barco. Então, para recarregá-las nós não precisamos tirar o barco da água. Nós fazemos isso entre sessõe."

Jeff: "Vai haver algumas diferenças, algumas modificações, mas é uma transição muito fácil, que nos permite ter um impacto maior usando essa tecnologia. Nós não estamos começando do início, nós estamos apenas aplicando em um novo ambiente."

Autonomia dos RaceBirds

Josep: "Agora nós estamos fazendo uma sessão de 20 minutos. Então, se você estiver o tempo todo desligado, essa é a autonomia atual que temos, cerca de 20 minutos de corrida e aí você precisa recarregar por 40, 50 minutos para ter essa autonomia. Nossa velocidade máxima é de cerca de 85 ou 90 km por hora. "

Jeff: "Se você for usar em uma velocidade que não seja de corrida, provavelmente terá cerca de 45 minutos ou uma hora de viagem com uma carga."

Essa tecnologia aplicada na vida cotidiana

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Josep: "Precisamos olhar para o efeito que ele tem no ambiente, isso é o que vai acontecer, e todo mundo pode se beneficiar disso."

Jeff: "Cerca de 80% de todos os produtos que compramos como consumidores, chegam para nós através de barcos, então, se pudermos aplicar essa tecnologia, eventualmente, para a comunidade de navios, isso teria um impacto direto em cada pessoa. Talvez a população não soubesse que estão usando isso quando compram algo em uma loja, mas eles ainda estariam usando a tecnologia por ser parte desse sistema de suporte".

Time Brasil, mas sem brasileiros

Jeff: "Não olhamos para isso como um time que tem um passaporte do Brasil, ou que é do Brasil, olhamos para isso como um time de pessoas dedicadas aos objetivos no Brasil, e com uma paixão por desenvolver a sustentabilidade no país, e que acreditamos na paixão das pessoas para o esporte, e para fazer a combinação entre esporte e sustentabilidade, para comunicar aos mercados."

Motor elétrico é o futuro das embarcações?

Jeff: "Pode haver algumas tecnologias híbridas e tecnologias transicionais, ou combinações, como você viu no automóvel, os primeiros carros elétricos eram carros híbridos, com um pouco de ambos, então eu acho que há muitas opções para ver a aplicação de algumas das tecnologias antes, mas o que eu gostaria de enfatizar é que não é só daqui a 10 ou 20 anos, é agora, nós temos que começar agora. Isso é parte do mesmo processo de chegar em um lugar bom em 20 anos."

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Josep: "No fim do dia, a eficiência também aumenta o dinheiro que as empresas vão receber. Eu acho que para grandes embarcações, como cruzeiros, eles podem usar hidrogênio, que é mais útil para longas distâncias e também é limpo. Isso é algo viável."

E1 recheada de estrelas

Jeff: "Estou muito orgulhoso que eles se juntaram. Estou muito orgulhoso de Marcelo [Claure] — dono do Team Brazil —, Nadal, Brady, Drogba, e todos os outros que estão se envolvendo, porque eles têm uma plataforma, eles têm influência, eles têm a capacidade de se comunicar, e abrir realmente a mente das pessoas que talvez não pensassem nisso todos os dias".

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