Dana projeta futuro do UFC e cutuca 'aposentados' que estão lutando boxe

Se o UFC está completando 30 anos de quando estreou e o MMA ainda era chamado de Vale Tudo, com Royce Gracie enfileirando vitórias contra rivais maiores e mais pesados, nos últimos 22 anos a franquia tem outro rosto: o de Dana White.

Campeões vêm e vão, astros ganham e perdem, mas o presidente segue à frente do evento desde 2001 e já está pensando nos próximos 30 anos. Na verdade, nem tanto.

Em 30 anos vou estar morto (risos). Prefiro olhar para os próximos cinco ou dez anos. Estamos cultivando talentos e expandindo a marca e o esporte em todo o mundo. Esse é o meu foco todos os dias."
DANA WHITE, PRESIDENTE DO UFC, EM ENTREVISTA EXCLUSIVA AO UOL

Mas tem um futuro mais próximo batendo à porta de Dana White. Em uma jogada surpreendente para o mercado, Ari Emanuel - CEO da WME-IMG, empresa dona do UFC atualmente - anunciou em abril deste ano a aquisição do WWE, maior evento de luta livre (ou pro-wrestling, se preferir) do mundo.

E não foi só isso: ele anunciou a fusão da companhia com o próprio Ultimate, criando uma nova gigante das lutas.

Ainda não se sabe exatamente como vai funcionar a nova empresa. O que se sabe é que ela será comandada por Emanuel, mas Dana White seguirá à frente do UFC, assim como Nick Khan continuará comandando o WWE.

"Vou continuar fazendo o que eu faço e gerenciando minha empresa. Eles vão continuar gerenciando a deles. Obviamente, seremos pareados em uma empresa pública, com ações, e as pessoas poderão comprar ações. Será tudo como de costume aqui", contou White.

Mas ele prevê, por exemplo, muito trabalho junto em termos de produção de eventos e quem sabe, até shows casados.

"Ari vai trazer muito valor em termos de patrocínio e licenciamento. Nick é o cara que comanda a WWE agora, e tenho um ótimo relacionamento com ele. Se houver alguma sinergia, trabalharemos bem juntos. Já fizemos eventos na mesma cidade no passado, então tudo é possível."

"Aposentados" no boxe

Um fenômeno atual no mundo das lutas são atletas veteranos do MMA migrando para o boxe depois de deixarem o octógono do UFC. Ficando apenas nos últimos meses, três lendas brasileiras seguiram esse caminho: Anderson Silva, Vitor Belfort e José Aldo. Apesar de argumentar que "cada um faz o que quer com a própria vida", Dana White não se mostrou muito fã desse rumo.

Acho que eles estão no esporte há tanto tempo que querem se desafiar. A luta de José Aldo contra Jeremy Stephens (outro ex-lutador do UFC) foi divertida de assistir. Ambos se saíram bem. Só que na minha opinião, quando você se aposenta daqui, provavelmente deveria se aposentar de verdade e não levar mais golpes na cabeça. Mas claro que eles fazem o que quiserem fazer, não é da minha conta."
DANA WHITE, PRESIDENTE DO UFC

E falando em Anderson Silva, o mandatário do Ultimate fez questão de dizer que qualquer situação que tenha tido com o brasileiro no passado já foi superada. Não foram poucas às vezes em que ambos trocaram farpas, até mesmo quando ele era a maior estrela da companhia.

"Eu respeito muito o Anderson. Lidar com ele enquanto esteve aqui era como lidar com um artista excêntrico. Não tenho nenhum sentimento ruim em relação a Anderson Silva. Eu amo e respeito o cara, e esta sempre será sua casa."

Vale lembrar que o maior campeão da história dos pesos médios entrará para o Hall da Fama do UFC este ano - na Ala dos Pioneiros do evento, quase três anos depois de fazer sua última luta de MMA. José Aldo é outro que também foi indicado para a turma de 2023, mas na Ala Moderna