Ministro do Esporte mantém chavões e recorre a 'estilo Obama' para entreter alunos
Barack Obama fará sua primeira visita oficial ao Brasil como líder máximo dos Estados Unidos neste fim de semana. O presidente que rompeu preconceitos em seu país e conquistou o mundo durante a sua eleição graças ao carisma, bom-humor e irreverência parece ter contagiado, mesmo que tardiamente, o ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior. Falando para uma plateia recheada de autoridades e com centenas de universitários, o político teve de recorrer a estratégias do norte-americano para mascarar um discurso sem muitas explicações.
O ministro foi convidado pela Universidade Nove de Julho, em São Paulo, para integrar uma mesa, cujo tema foi “O Esporte no Brasil na era da Copa e da Olimpíada – O Desenvolvimento do Esporte em São Paulo”. Quando foi chamado a falar, Silva Jr. discorreu como de costume, apontando os benefícios para o turismo, os projetos para a área de transporte público, o crescimento no número de ofertas de emprego, os problemas com os aeroportos, a confiança de que o Corinthians irá construir seu estádio...
VETANDO O CERIMONIAL
Quem não quer que eu leia os nomes, levante a mão
Silva Jr., promovendo uma votação para definir o óbvioPorém, todos esses temas, que já se transformaram em uma espécie de chavão na boca das autoridades ligadas ao esporte, ganharam uma nova roupagem com Orlando Silva Júnior, garantindo assim o sucesso na palestra, que durou pouco mais de 30 minutos.
Perspicaz, o ministro, que foi o último de quatro pessoas a falar, percebeu que se repetisse o tradicional agradecimento às autoridades presentes, assim como fizeram seus antecessores, iria entediar o público jovem. Dessa forma, tentando passar um ar “rebelde”, o ministro fez uma proposta: "quem não quer que eu leia os nomes, levante a mão". A grande maioria gargalhou e prontamente atendeu ao pedido, vetando assim o cerimonial.
Mas isso, no entanto, não significou que o ministro esqueceu-se de homenagear alguns dos presentes. Em determinados momentos, Silva Jr. falava algumas frases, sempre indicando um interlocutor.
DIREITO DE RESPOSTA
Você sabe que não posso chamá-lo de meu amigo, caso contrário a imprensa fala que estou mandando dinheiro para você
Silva Jr., dando a única resposta à reportagem publicada no último domingo“Caro Pagura [Jorge Pagura, secretário estadual de Esporte de São Paulo e presente à mesa], tem dia e hora para começar a Copa do Mundo, mas só falta o estádio”, disse o ministro, incitando gritos de “Corinthians” entre alguns dos estudantes que estavam na plateia.
O secretário paulista, por sinal, foi alvo de outra brincadeira/provocação do ministro. “Caro Pagura... você sabe que não posso chamá-lo de meu amigo, só de caro, caso contrário a imprensa fala que estou mandando dinheiro para você”.
A frase foi uma resposta, a única por sinal, à reportagem da Folha de S. Paulo do último domingo, que apontava um suposto favorecimento no repasse de verbas do programa Esporte e Lazer na cidade a municípios comandados por integrantes de partidos da base aliada do governo federal.
INFORMAÇÃO?
Claro que vai sair
Silva Jr., respondendo a uma pergunta - feita por ele mesmo - sobre o possível estádio do CorinthiansPara completar o pacote “populista”, Orlando Silva Júnior, já no momento de responder a perguntas da plateia, voltou a brincar sobre a possível arena a ser erguida em São Paulo para a Copa do Mundo.
“Pensei que você fosse me perguntar se o estádio do Corinthians ia sair”, questionou o próprio ministro, para logo na sequência responder. “Claro que vai sair”, encerrando assim a palestra, arrancando aplausos efusivos dos presentes e esbanjando simpatia. Resta saber se o “estilo Obama” que fez sucesso com o público jovem garantirá melhor cotação também junto a presidente Dilma Rousseff, que segue sem se empolgar com o seu ministro do Esporte.
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