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Nadador ficou cego com bomba no Afeganistão e inspirou relógio inovador

Do UOL, em São Paulo

15/07/2015 06h00

Uma bomba caseira no Afeganistão no dia 7 de setembro de 2011 deixou Bradley Snyder cego. Exatamente um ano depois, ele conquistava sua terceira medalha nos Jogos Paraolímpicos de Londres. Hoje, o ex-oficial da Marinha dos Estados Unidos é um símbolo mundial. Seu nome, inclusive, batizou um relógio inovador desenvolvido para deficientes visuais. E Snyder tem tudo para estar no Brasil em 2016 em busca de mais medalhas.

O norte-americano estava em missão no Afeganistão por ser especialista no desarmamento de bombas. Quando um grupo foi atingido pela explosão de uma mina, ele foi chamado para trabalhar na região. No entanto, um artefato caseiro explodiu a poucos metros de Snyder. Ele sentiu o calor e aos poucos sua visão escureceu.

Depois de três semanas na UTI, outras cinco num quarto do hospital e com o diagnóstico definitivo, Snyder logo voltou à ativa. Como era um bom nadador, estava novamente na piscina três meses depois, dessa vez treinando como atleta paraolímpico.

As duas medalhas de ouro (100m e 400m livre S11) e a de prata (50 m livre) que conquistou em Londres, num período tão curto depois do acidente, transformaram Brad Snyder e fizeram sua fama correr o mundo. Não à toa, o relógio inovador desenvolvido para cegos é uma homenagem a ele: chama-se The Bradley.

O aparelho feito em titânio sólido tem duas esferas em alto relevo. A primeira, na parte superior do relógio, marca os minutos. A outra, na lateral, registra as horas. As barras que identificam do 1 ao 12 também podem ser sentidas, e um imã garante que as esferas estejam sempre na posição correta. Assim, o The Bradley permite que o horário não seja apenas visto, mas tocado.

Seu inspirador, no entanto, não para por aí. Sua meta é estar nas Paraolimpíadas de 2016 e ajudar que outros atletas também estejam. Para isso, lidera uma campanha de arrecadação. “Não queremos que dinheiro ou falta de apoio impeçam as pessoas de perseguirem seus sonhos”, resumiu Snyder. E de superar obstáculos ele entende.