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Durinho precisou de ajuda psicológica 'profunda' após derrota para Usman

Gilbert Durinho é derrotado por Kamaru Usman no UFC 258, em Las Vegas -  Jeff Bottari/Zuffa LLC/Getty Images
Gilbert Durinho é derrotado por Kamaru Usman no UFC 258, em Las Vegas Imagem: Jeff Bottari/Zuffa LLC/Getty Images

Flavio Latif

Do UOL, em São Paulo (SP)

09/07/2021 04h00

Amanhã (10), Gilbert Burns, o Durinho, enfrenta Stephen Thompson no coevento principal do UFC 264 — que tem como evento principal a terceira luta entre Dustin Poirier e Conor McGregor — que acontece na T-Mobile Arena, em Las Vegas, com as lutas preliminares oficias acontecendo a partir das 19h (de Brasília).

Será a primeira luta do brasileiro após a derrota por nocaute para Kamaru Usman, no dia 13 de fevereiro deste ano, na luta em que valia o cinturão do peso meio-médio (até 77 kg) no UFC 258. Em entrevista ao UOL Esporte, Durinho afirmou que precisou de acompanhamento psicológico profundo após o revés contra o nigeriano.

"A luta contra o Usman mudou muita coisa na minha vida. Foi um aprendizado gigantesco para o meu lado emocional, estou dando uma atenção muito maior a isso, teve muitas coisas mentais que eu não sabia que iam acontecer durante aquela luta", disse.

"Eu fui buscar as respostas depois da derrota. Faço acompanhamento com psicólogo esportivo há 4 anos, mas tivemos que fazer um trabalho mais profundo, foram de dois a três meses para trabalhar isso. Encontrei o porquê de muita coisa", completou.

Quem acompanhou a luta percebeu que a carga emocional do embate foi muito grande, Durinho chorou demais após a derrota e Usman também se emocionou ao prestar solidariedade com o brasileiro — que foi por muitos anos seu principal companheiro de treino.

Durinho era visto por muitos fãs da luta como a esperança de cinturão do Brasil no UFC. Apesar de reconhecer que a cultura brasileira é de que "se perdeu não presta", o lutador ainda acredita no cinturão de sua categoria e que a derrota para Usman não afetou a forma como as pessoas o enxergam.

"Muita gente que entende de luta sabe do meu potencial. Sou número 2 do mundo na minha categoria, o UFC me colocou em um coevento contra um cara duríssimo, em um card gigantesco. No Brasil quando alguém ganha é o sinistro e quando perde não serve, é cultural do brasileiro, isso acontece no futebol, na política e até em escola de samba", explicou.

"Eu vejo a trajetória do atleta, sou aleta de alto nível e sei que não vão ser só vitórias na minha carreira, mas sei que cada vitória e cada derrota tem a sua importância. O caminho não muda, quero ser campeão, vou trabalhar duro e eu sei onde eu quero chegar", concluiu.

Antes do revés contra Usman, Durinho tinha uma sequência de seis vitórias consecutivas. Já Stephen Thompson, adversário do brasileiro, ganhou três e perdeu três das suas seis últimas lutas. Com uma vitória sobre o americano, Gilbert pode voltar a ter expectativas de disputar o cinturão mais uma vez.