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Sem CR7 e Messi, Real e Barça se enfrentam com novos protagonistas

27/10/2018 17h05

Barcelona e Real Madrid é sempre um jogo a parte. Neste domingo, as equipes se enfrentam e dois dos principais personagens da história recente do clássico não jogam: Messi e Cristiano Ronaldo. O argentino está lesionado e o Barça vai ter que demonstrar que pode ir bem na ausência de seu capitão. Os Merengues, por sua vez, estão em crise e a falta de gols incomoda.

O L! conversou com o jornalista espanhol, Álvaro Mogollo, do 'Marca', para entender quais são os jogadores que podem brilhar na ausência dos dois craques e para analisar os momentos das duas equipes na temporada.

- Vai ser um 'Clásico' totalmente distinto. O Barça sem Messi custa para criar chances de gol e o Madrid está em crise, com um jogo pobre e a alarmante falta de gols. Os Merengues devem sentir mais a falta de Cristiano Ronaldo do que o Barcelona vai sentir a do Messi. Barça e Real é sempre um jogo vibrante, mas dessa vez, acredito que a partida vai ser condicionada mais pelo medo das duas equipes de perder - disse Álvaro

A influência de CR7

A saída de Cristiano Ronaldo do Real Madrid foi um marco na história do clube. Depois de um casamento de nove anos, craque e equipe se separaram. CR7 deixou o Real como maior artilheiro da história, com 451 gols e 16 títulos na bagagem. No Campeonato Espanhol, foram 331 gols, média de um gol a cada 81 minutos e dos 663 gols de sua carreira, 47% foram feito na Liga.

A influência de Cristiano no gol do Madrid é evidente, tanto que, atualmente, os Merengues encontram dificuldades na parte ofensiva. Na derrota para Levante, por 2 a 1, na última rodada, o gol de Marcelo quebrou um jejum de 481 minutos do clube sem marcar gols. Se o gol demorasse mais 14 minutos para sair, o Real de Lopetegui bateria o recorde de mais tempo sem fazer gols, tendo em vista que, em 1985, o Real ficou 495 minutos sem marcar. Em sua última temporada, CR7 marcou 27 gols e teve participação direta em 33% dos gols do Real na Liga. Benzema, por exemplo, desde que chegou, em 2009/10, nunca marcou mais gols que CR7 na temporada.

- Até o momento, a temporada do Real Madrid é muito atípica. Nas primeiras rodadas, com a saída de CR7, a equipe jogava mais como um conjunto e a qualidade de jogo era melhor que a dos anos anteriores. Não era tão dependente de nenhum jogador como era com Cristiano. Porém, após a dura derrota para o Sevilla, a equipe está irreconhecível e baixou muito seu nível - comenta Álvaro

As soluções

A parte ofensiva do Real Madrid tem, em seus principais expoentes, Benzema e Bale. Os dois são os principais candidatos do clube espanhol para suprir a ausência de CR7 no clássico. Na atual temporada, os dois atacantes vivem momento irregular, como toda equipe madrilenha. No Campeonato Espanhol, Benzema marcou quatro gols em nove jogos, enquanto Bale marcou três gols em oito jogos. A primeira opção do banco de reservas, o atacante contratado nesta temporada, Mariano Diáz, marcou apenas um gol nos sete jogos que participou. O Real Madrid marcou 13 gols na Liga, dez a menos que o rival Barcelona.

- Está claro que Lopetegui não está bem para resolver o problema. Os jogadores importantes precisam voltar a jogar em alto nível, o que agora está bem longe. Modric, Asensio, Varane, Sérgio Ramos, Bale ou Benzema não aumentaram seus rendimentos. O Real Madrid não vai escolher ganhar La Liga, nem com Lopetegui, nem com qualquer outro jogador

Atenção em dois jogadores

Lopetegui, porém, tem duas opções pouco aproveitadas no banco que poderiam fazer algo diferente. Vinícius Júnior pode não ter a experiência devida, mas também não teve oportunidades para provar que seria útil na equipe principal, mesmo tendo boas atuações no Real Madrid B e contando com o apoio da imprensa. O brasileiro está a disposição do treinador para a partida, após o Comitê Apelativo espanhol revogar sua suspensão.

A falta de experiência não é um problema para Lucas Vásquez. O espanhol chegou no clube em 2015 e era uma espécie de coringa nas mãos de Zinedine Zidane. O meia é o jogador com mais assistências, ao todo, do elenco do Real Madrid, com 40 passes para gol, na frente, inclusive, do meia alemão Toni Kross (39). Vázquez foi aumentando, desde que chegou, suas participações como titular. Na atual temporada, porém, tem sido pouco utilizado. Dos 810 minutos do Real no Espanhol, Vázquez participou de, apenas, 192 minutos.

A influência de Messi

A influência de Messi no Barcelona também é notável. O argentino, nesta temporada, virou o capitão da equipe e tem se portado como tal, dentro e fora de campo. Dos 23 gols do Barcelona no Campeonato Espanhol, 12 tiveram a participação do craque, ou seja, 52% dos gols do Barça passaram pelo pé do jogador.

Atual líder, sem os gols e assistências de Messi, o clube catalão estaria na nona colocação, com 13 pontos, atrás do Real Madrid e de clubes como Espanyol, Real Valladolid e Alavés. Artilheiro, Messi supera Cristiano Ronaldo nos clássicos e se consolida como um dos maiores jogadores da história do confronto. São 17 vitórias e 9 empates, com 12 derrotas, em 38 jogos, além de ser o maior artilheiro do 'El Clasico', com 26 gols e o maior assistente, com 14 passes para gol.

- O Barcelona é uma equipe totalmente distinta quando tem Messi e quando não tem. Deve buscar alternativas quando o argentino não está - comenta o jornalista espanhol

A hora de Coutinho

Além dos problemas com a zaga, o Barça não vai poder contar com Messi. Com isso, a vitória no clássico, não serve apenas pela importância, mas também para comprovar que a equipe pode se portar de maneira positiva, em um jogo difícil, sem o seu principal jogador.

No lugar de Messi, três jogadores podem cumprir o papel de protagonista: Phillipe Coutinho, Debélé e Suárez. O brasileiro costuma jogar mais aberto na ausência do argentino e produz bem na posição. Na atual temporada, são três gols e uma assistência em nove jogos.

- Para este clássico, os jogadores como Luis Suárez sempre são importantes, porém acredito que o jogador que vai comandar o ataque e ganhar o protagonista vai ser Philippe Coutinho. Dembélé já demonstrou que pode mudar uma partida, mas não atravessa bom momento - finalizou Álvaro