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Empresa acusa Santos de fraude, e clube rebate: "Toque de desespero"

José Carlos Peres, presidente do Santos, durante votação de impeachment - Marcelo de Vico/UOL
José Carlos Peres, presidente do Santos, durante votação de impeachment Imagem: Marcelo de Vico/UOL

22/10/2018 12h06

A novela envolvendo Santos e Redegol parece estar longe de acabar. Nesta segunda-feira (22), a empresa soltou um comunicado no qual acusa o clube de tentar usar seu sistema para fraudar a regularização de associados que participaram da Assembleia Geral - votação que definiu a permanência de José Carlos Peres na presidência do Alvinegro. A empresa rompeu de maneira unilateral o contrato de prestação de serviços do sistema de associados do Peixe no último dia 16. Desde então, o site Sócio Rei está fora do ar.

"Ao identificar a quitação de mensalidades de cerca de 100 sócios em um único dia (número apurado até o momento), a Secretaria Social do Santos, por meio do sistema desenvolvido pela Redegol, efetuou o estorno destes pagamentos a fim de manter estes sócios impedidos de votar. Após a realização dos estornos, o Santos, por meio de seu gerente de T.I., solicitou à Redegol que apagasse o histórico da movimentação dos pagamentos e estornos do sistema, de modo que tais operações não pudessem ser identificadas ou rastreadas", diz trecho do comunicado enviado à imprensa.

A empresa afirma também que "outra solicitação feita pelo SFC à Redegol, dias antes da votação do impeachment, foi para que o sistema online de emissão de segunda via de boletos das mensalidades fosse desligado, obrigando aqueles que pretendiam pagar seus débitos a o fazerem somente pessoalmente junto à Secretaria do Clube".

"O fato irrefutável é que houve solicitação por parte de pessoas ligadas diretamente à atual diretoria do Santos para que informações que podem ter influenciado o resultado da eleição fossem apagadas do sistema. Essas solicitações se tratam de inquestionáveis atos ilícitos e independentemente de terem alterado o resultado do impeachment são mais que suficientes para ensejar a rescisão do contrato", disse Julio Carvalho, advogado da Redegol.

Em contato com o jornal LANCE!, o profissional disse que a empresa buscará indenizações na Justiça e que pode apresentar todos os documentos às autoridades, caso seja solicitado.

Santos fala em "oportunismo"

Procurado, o Santos se manifestou a respeito do comunicado da Redegol. O clube afirma que todos os documentos estão com as autoridades responsáveis e que a empresa está agindo de maneira oportunista. Corre um inquérito na Polícia Civil com o intuito de avaliar se o clube foi lesado na tentativa de acerto de várias mensalidades de uma vez só, de sócios que seriam da oposição. O clube diz que evidências apontam para fraude.

"As medidas tomadas foram acauteladoras, com base em evidências de fraude cometidas por pessoas interessadas no êxito do impeachment. Todo assunto relativo a este tema já foi relatado e está em trâmite no procedimento investigatório que circula na Polícia Civil. No mais, se a Redegol considerou como um ilícito, por que supostamente o praticou? Por que não rescindiu de imediato o contrato? Por que queria uma garantia de 12 meses de permanência do contrato de gestão de sócios, via proposta encaminhada a SFC, 01 dia antes da carta de rescisão? A manifestação da Redegol é oportunista, desacreditada e com toque de desespero", diz o texto enviado à reportagem.

O clube diz ainda que "a Redegol deveria se preocupar em acatar a decisão judicial proferida na quinta-feira em seu desfavor e que determina o Imediato restabelecimento dos serviços de gestão de sócios do Santos".