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Técnico é demitido de seleção após 12 jogadoras o acusarem de assédio

Andreas Heraf foi treinador da seleção feminina da Nova Zelândia - Hagen Hopkins/Getty Images
Andreas Heraf foi treinador da seleção feminina da Nova Zelândia Imagem: Hagen Hopkins/Getty Images

31/07/2018 15h06

A passagem de Andreas Heraf à frente da seleção feminina da Nova Zelândia chegou ao fim nesta terça-feira (31), de acordo com o jornal "New Zealand Herald". Ele estava suspenso havia um mês, em meio a investigações sobre assédio ao elenco e implantação de "cultura do medo".

A suspensão foi fruto de uma reclamação formal de 12 jogadoras da seleção, que enviaram uma carta à Federação Neozelandesa de Futebol. Denúncias foram feitas sobre o comportamento e o ambiente de trabalho promovidos por Heraf.

À época, o treinador afirmou ao jornal austríaco "Der Standard" que as críticas eram nada mais que uma "teoria da conspiração" por parte das atletas.

"As jogadoras se opõem ao meu estilo europeu, com altos padrões e altas expectativas de profissionalismo. Elas preferem uma cultura divertida e familiar, com foco em fazer vídeos divertidos e postar nas redes sociais. Isso não é um problema para mim, se você disser que está 100% comprometido com o que concordamos em fazer", disse Andreas Heraf na ocasião.

O clima também pesou antes mesmo do envio da carta, após o treinador fazer duras críticas às comandadas após uma derrota por 3 a 1 para o Japão, jogando em casa. Quando perguntado sobre questões táticas da partida, Heraf disse que as neozelandesas "jamais teriam capacidade para competir com as japonesas". A declaração resultou em um cotidiano desconfortável na seleção da Nova Zelândia.

Em maio, a Federação Neozelandesa de Futebol anunciou que as seleções feminina e masculina passariam a ter os mesmos salários. Além da compensação financeira, ambos teriam os mesmos direitos de imagem e premiações; além disso, as mulheres passariam a viajar de primeira classe, condição que já era anteriormente dada somente aos homens.