Topo

Do 'AeroFla' à cobrança no embarque: Diego vai do 'céu ao inferno' na Gávea

Gilvan de Souza / Flamengo
Imagem: Gilvan de Souza / Flamengo

28/04/2018 10h45

O meia Diego precisou de um ano e nove meses para conhecer os extremos. Em 20 de julho de 2016, ao desembarcar no Rio de Janeiro como reforço do Flamengo, foi recebido por milhares de rubro-negros no Aeroporto Santos Dumont. Exatos 646 dias depois, em viagem da delegação para Fortaleza, o camisa 10 foi o principal alvo das cobranças e, por pouco, não foi agredido.

O futebol ruim apresentado em 2018 e a falta de títulos nos últimos anos levaram Diego ao atual status, sendo responsabilizado por parte da torcida. No entanto, em sua curta trajetória pelo clube da Gávea, não foi sempre assim.

2016 - Bom Brasileirão e "lua de mel" com a Nação

Ao reforçar o time no segundo semestre de 2016, Diego logo se encaixou no grupo e liderou o time de Zé Ricardo ao terceiro lugar do Brasileirão, garantindo a classificação do Flamengo para a Copa Libertadores-2018. Na época, o camisa 10 vivia uma "lua de mel" com os torcedores rubro-negros.

Foram seis gols em 18 jogos (11 vitórias, 7 empates e uma derrota) em 2016.

2017 - Lesão na Libertadores e pouco brilho na reta final

O ano não poderia começar melhor para Diego. A boa fase no Flamengo o levou à Seleção Brasileira. Foram cinco gols nos 12 primeiros jogos de 2017, mas uma lesão no joelho direito, no início de abril, o tirou da reta final da fase de grupos da Libertadores. O time oscilou e não avançou para as oitavas.

Por conta da lesão, a eliminação não caiu na conta do camisa 10, que, no Campeonato Brasileiro, não repetiu o nível das atuações. A expectativa era de disputar o título, o que não aconteceu, e as cobranças começaram a surgir. Por outro lado, o time manteve a possibilidade de ser campeão ao chegar nas finais da Copa do Brasil e Sul-Americana contra Cruzeiro e Independiente-ARG.

Nenhuma das taças veio para o Rio de Janeiro e Diego, protagonista do time, não liderou a equipe aos resultados cobrados. Na reta final de 2017, os destaques do Flamengo foram os jovens, como Lucas Paquetá e Felipe Vizeu.

Foram 18 gols em 53 jogos (26 vitórias, 16 empates e 11 derrotas) em 2017.

2018 - Futebol ruim e protesto violento

Mais do que os resultados em campo, o futebol ruim apresentado pelo time e as decisões questionáveis da diretoria, tornaram o ambiente no clube da Gávea conturbado logo no início do ano. A eliminação para o Botafogo na semifinal do Carioca foi o estopim. A partir dali, a torcida passou a protestar de forma mais firme e Diego, como líder e camisa 10 do time, é o nome mais cobrado sempre.

Nas últimas semanas, com os empates na Libertadores, tornaram-se comuns os protestos no embarque ou desembarque da delegação no Rio de Janeiro.

Foi assim no dia 23, quando o presidente Eduardo Bandeira de Mello foi hostilizado por um grupo de seis torcedores. Na ocasião, o mandatário minimizou a ação, e disse que "eram poucos". Na sexta, dia 27, um número maior de torcedores foi ao aeroporto. No protesto, o elenco foi cercado e Diego, por pouco, não foi agredido. O presidente não estava presente.

Até o momento, Diego fez dois gols em 14 jogo (oito vitórias, cinco empates e uma derrota) em 2018.